Cruzeiro

ENTREVISTA

Adaptado a BH, Everton Ribeiro avalia bom momento e fala sobre metas no Cruzeiro

Armador cruzeirense conversou com exclusividade com o Superesportes

postado em 14/04/2013 08:00 / atualizado em 13/04/2013 19:07

Maria Tereza Correia/EM/D.A Press
São poucos meses de Cruzeiro, mas o meia Everton Ribeiro já tem o respeito e a confiança da torcida celeste. Com dois gols marcados e muita movimentação nas partidas nesta temporada, o armador é titular absoluto do time de Marcelo Oliveira e fez a torcida se esquecer rapidamente do argentino Walter Montillo. Nessa semana, Ribeiro recebeu a equipe do Superesportes em sua casa e falou sobre a adaptação à cidade, o bom momento vivido e as metas com a camisa celeste.

A entrevista completa você acompanha abaixo.

Como você avalia esses seus primeiros quatro meses no Cruzeiro?

O Cruzeiro é um time que nos dá toda a estrutura para a gente se sentir bem. Estou feliz, pela equipe que se formou, por eu já conhecer o treinador, estou me sentindo muito bem, isso tudo me ajudou na adaptação. A equipe estando bem, fica mais fácil a adaptação.

Como poucos reforços da história recente do Cruzeiro, você ganhou a torcida em pouco tempo. Como se sente nessa condição?

É muito gratificante poder de cara já ter o carinho da torcida, isso está me ajudando muito. Cada vez mais a torcida apoia, isso me dá vontade de entrar em campo e mostrar meu futebol com alegria.

Sua apresentação como reforço foi de gala, com a presença de torcedores. Qual a sensação naquele momento?

Foi a primeira vez que aconteceu uma apresentação assim comigo. Fiquei sabendo que foi a primeira vez que o Cruzeiro fez isso também. Então foi muito bom, aproximou a torcida da gente, sentir este carinho é muito bom. Fui apresentado ao lado do Dagoberto, que é um jogador renomado, então facilitou para mim, pois as atenções ficaram muito em cima dele.

Quem são seus companheiros mais próximos no Cruzeiro?

Fico mais com o Nilton e o Goulart. O Nilton eu já conhecia da base do Corinthians, o Goulart, já joguei com amigos dele, então acaba pegando amizade mais rápido, mas todos são próximos no grupo.

Quais são seus objetivos pessoais no clube?

Tenho primeiramente que me firmar na equipe como titular, jogar no Cruzeiro é uma grande honra. Em segundo lugar, meu objetivo é chegar à Seleção Brasileira com o trabalho no Cruzeiro. Pelo fato de o Cruzeiro ter histórico de jogadores na Seleção, facilita meu objetivo, vou trabalhar para isso acontecer.

Dá tempo de realizar este sonho até a Copa?

A Copa está perto, mas o futebol é dinâmico, nosso time está muito bem, vai ter jogo da Seleção no Mineirão... quem sabe o Felipão olha para o Cruzeiro e a gente consegue realizar este sonho? De qualquer forma, ainda sou jovem, tenho tempo pela frente. Tenho que trabalhar sempre. Se não for agora, vou continuar trabalhando para conseguir um lugar na Seleção no futuro.

E quais são os objetivos traçados pelo grupo do Cruzeiro na temporada?

”A gente tem um objetivo. Primeiro é o Mineiro, que está mais próximo. A Copa do Brasil começou na quarta, como a Copa do Brasil é um torneio diferente, a cada jogo a gente vai se focar, nosso foco é ser campeão. É uma competição diferente, muitos do elenco já foram campeões, e tem essa facilidade de poder chegar com menos jogos na libertadores. Então ela é nosso segundo objetivo.

O que faltou ao Coritiba nos dois últimos anos que não pode faltar ao Cruzeiro para conquistar o título da Copa do Brasil?
Maria Tereza Correia/EM/D.A Press


Foram detalhes que fizeram a gente perder as duas últimas finais. Quando se chega em uma final, não pode haver erro. Nós perdemos muitos gols e acabamos errando na marcação, mas isso a gente já vem trazendo na bagagem para não acontecer de novo.

Por que você não se firmou no profissional do Corinthians?

Eu era novo, no ano em que eu subi o clube não estava em boa condição de estrutura. Fui emprestado, o Corinthians foi crescendo, foi bom para mim. Eu pude me firmar na meia, onde gosto de jogar. Lá não tive essa chance, joguei dois anos no São Caetano e voltei como meia, mais experiente. O Corinthians tinha jogadores experientes como o Ronaldo, pude aprender um pouco. Aí apareceu o Coritiba querendo me comprar, foi bom também. O Corinthians me deu uma estrutura para crescer.

Qual era sua posição quando você subiu para o profissional do Corinthians?

Eu era meia na base, aí o professor pedia para eu fazer a lateral, subi como lateral esquerdo, mas sempre fui meia. Hoje em dia, prefiro jogar só de meia, posso até ajudar pelos lados, como fiz no jogo contra o Araxá, mas não é a minha praia.

Como é jogar ao lado do Diego Souza, que tem características diferentes de você?

É bom jogar com o Diego porque a gente se completa. Ele pega mais a parte de cadenciar, a força de arrastar as jogadas e eu fico com a velocidade. Independentemente do jogador que tiver, temos que nos adaptar dentro de campo, mas tem dado certo com o Diego.

A escassez de jogos no início do ano é boa para não haver desgaste físico ou você preferia jogar mais?

Como somos um time em formação, a gente tem sentido a falta de jogos. As partidas ficam muito espaçadas, de domingo a domingo. Temos que ir treinando e nos preparar, para fazer o melhor quando chegar nos jogos.

Você sonha em jogar na Europa?

Tenho este sonho de jogar na Europa. Eu fico vendo a Champions League, é um sonho meu que posso realizar, estar em grandes palcos do futebol mundial. Tenho consciência que o Cruzeiro é um clube que sempre fez bons negócios com o futebol europeu e posso ser um deles, mas, hoje, meu pensamento é fazer o meu melhor no Cruzeiro.

Você teve uma supervalorização em poucos meses. Como você lida com essa situação?

Houve mesmo uma proposta do futebol russo por mim, de 7 milhões de euros. Isso mostra como o Cruzeiro é grande e observado. Vou continuar fazendo meu trabalho aqui para ajudar o Cruzeiro. A gente sabe que futebol é assim, um dia você está lá em cima, no outro dia está lá embaixo. Por enquanto estou bem, tenho que manter o nível e continuar com as boas atuações.

Como está sua adaptação a BH?

Estou gostando da cidade. Vou muito a restaurantes e shopping. Costumo sair mais na Zona Sul, na região da Savassi. É uma cidade boa para morar, bem tranquila, no meu estilo. Então a adaptação foi a mais rápida possível. É uma cidade diferente de Curitiba, é maior, mas é muito boa de viver.

E como tem sido a recepção dos torcedores nos espaços públicos da cidade?
Maria Tereza Correia/EM/D.A Press


Está sendo muito boa essa parte. Onde eu vou tem gente que me elogia e fala que estou muito bem. Isso me motiva cada vez mais, para continuar jogando bem e trazendo felicidade para os cruzeirenses. Isso é muito gratificante.

O que você gosta de fazer nas horas vagas?


Vou ao cinema, vou a restaurantes comer, conhecer restaurantes, gosto muito de comer, vou mais na Savassi, onde me indicam. Curitiba é uma cidade boa para comer, mas BH também é.

Já experimentou a comida mineira?

Já experimentei tutu, já comia bastante em casa, minha avó fazia de vez em quando, até na Toca as cozinheiras fazem, é muito bom. Tem também pastel de angu, a primeira vez que comi foi em Machado, no Sul de Minas, terra da família da minha noiva. Já comi tropeiro e o torresminho bem sequinho também. A nutricionista quando vê já fala, mas de vez em quando não tem problema.

O fato de o Marcelo Oliveira te conhecer ajuda no seu desempenho?


O Marcelo me acompanha desde o São Caetano e sabe minha maneira de jogar, onde eu gosto de atuar. Por isso ele me dá liberdade no meio-campo. Fica sim mais fácil de jogar meu futebol.

A concorrência pesada no Cruzeiro te assusta?

Isso é importante. Tenho medo de ficar de fora sim, mas é um medo bom, porque eu tenho que supera-lo a cada dia para continuar sendo titular do Cruzeiro, que é um grande clube e tem grande elenco. Tem muita gente de fora, Ricardo Goulart, Ananias, Alisson, Elber, tenho que ficar esperto, para não dar brecha e perder a vaga de titular.

Como os colegas encaram a reserva para você?

Todo mundo lá é consciente disso, que todos têm sua chance, cada um que entra dá o seu melhor para poder mostrar que tem condição de ser titular.

O Cruzeiro não é visto pela imprensa nacional como favorito para o Brasileiro. Como vocês lidam com isso?

A gente comenta isso. Temos time e elenco forte para o Brasileiro, mas não vamos começar como favoritos porque é um time que se formou este ano. Nosso primeiro objetivo é o Mineiro, mas vamos comendo pela beirada, estamos cientes do que podemos fazer. A gente confia muito no nosso futebol e no fim do ano queremos brigar pelo título.

Os jogadores acompanham as notícias de mercado? Como estão vendo a possível vinda do Dedé?


Quando a gente vê na imprensa a gente comenta. Mas, lá dentro, a gente não ouviu nada. Quem não quer ter o Dedé no time? É sempre bom ter um jogador de nível de Seleção, num grande clube. Se ele vier vai ajudar muito, mas o grupo que a gente tem também tem uma zaga muito forte. Se o Dedé vier, vai fortalecer ainda mais.