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Com folha salarial modesta, rival do Cruzeiro vê classificação distante e sonha com grande renda

Presidente do Santa Rita-AL teme que Cruzeiro use reservas na volta em Maceió

postado em 19/08/2014 07:00 / atualizado em 18/08/2014 19:27

Tiago Mattar /Superesportes , Gustavo Andrade /Superesportes

Arquivo Pessoal
Fora das quatro divisões do futebol brasileiro, o Santa Rita-AL é o grande azarão das oitavas de final da Copa do Brasil. O sorteio dos confrontos reservou ao time alagoano um duelo com o atual campeão e líder do Campeonato Brasileiro. Assim, o presidente João Feijó admite que as chances não serão grandes ao enfrentar o Cruzeiro.

“Para sonhar em passar, era preferível pegar uma equipe menor. Quando você joga contra a melhor equipe do país, pode haver essa motivação para o treinador e os jogadores. Mas eu tenho de ser realista, não posso ficar fazendo média”, analisou o dirigente, em entrevista ao Superesportes.

Cruzeiro e Santa Rita iniciarão o confronto em jogo no Mineirão. Embora o time alagoano seja de Boca da Mata, a partida de volta será disputada em Maceió. “Não pode ser na nossa cidade, que é a 75km de Maceió. Em Boca da Mata, o estádio não suporta e não tem refletores, então tem de ser na capital”, explicou João Feijó.

A definição do primeiro jogo em Belo Horizonte não agradou. O presidente do Santa Rita teme que o Cruzeiro abra vantagem e utilize reservas na volta em Maceió, o que poderia diminuir o apelo pela segunda partida e, consequentemente, diminuir a renda.

Divulgação
“A expectativa natural é de que o primeiro jogo fosse em Maceió, porque teríamos chance de fazer um bom jogo, tirar uma boa renda. Queríamos o primeiro jogo aqui, mas, infelizmente, não tivemos sorte no sorteio. Se o primeiro jogo fosse em Maceió, poderíamos explorar o Cruzeiro, que é a melhor equipe do país, os números apontam. É o Cruzeiro de Dagoberto, de Marcelo Moreno, de Ricardo Goulart. Seria bom porque o torcedor cria a curiosidade de conhecer a melhor equipe do país no momento”, destacou.

“Quando o jogo é marcado para Belo Horizonte... O Cruzeiro meteu três no Santos. É muito difícil conseguir qualquer resultado de vitória diante do Cruzeiro. Quando for o segundo jogo, o Cruzeiro vem para cá, não sabemos como será o comportamento da comissão técnica, da direção, o time pode vir mesclado e prejudicar totalmente a renda do espetáculo”, acrescentou.

Folha salarial modesta

O abismo financeiro que separa Cruzeiro e Santa Rita é outro fator de preocupação para o presidente do time alagoano. “Nossa folha está em torno de 100 mil, contando a comissão técnica e tudo. É um time de um estado pequeno. Temos de entender. Você tem de ver o quanto custa apenas um Dagoberto, um Júlio Baptista ou um Ricardo Goulart. Corre no sangue e na veia dos atletas quererem se motivar para mostrar alguma coisa para uma comissão técnica ou a equipe do Cruzeiro”, disse.

Após eliminar o Santa Cruz e garantir a classificação para as oitavas de final, o Santa Rita contratou seis jogadores. Isso, entretanto, não elevou os gastos do clube alagoano com folha salarial. “Tiramos três jogadores que liberamos, e recompusemos com mais seis opções para o treinador. São jovens valores, todos de 20 a 21 anos de idade. Você faz pacote por jogos. No pacote, dá condições de você se manter. Não alterou nada (a folha salarial), está na mesma proporção”, explicou.

Fusão com Corinthians Alagoano

O Santa Rita alcançou a vaga na Copa do Brasil após processo de fusão com o Corinthians Alagoano, no fim de 2013. Isso aconteceu por uma questão política envolvendo a família de João Feijó.

“Toda a estrutura jurídica, CNPJ, tudo é do Corinthians de Alagoas. O nome fantasia Sport Club Santa Rita, porque o meu irmão (Gustavo Feijó) é prefeito da cidade. Meu irmão é presidente da Federação de Alagoas e é vice-presidente da CBF Nordeste. Então, ele nos pedia para que fosse ajudá-lo na cidade. Eles colaboraram com uma ajuda para a manutenção do clube. Nós mudamos o nome para ajudá-lo, porque a cidade é muito apaixonada por futebol. E, juridicamente, ele estaria bem resguardado”, explicou o dirigente.

“Toda a estrutura é do Corinthians Alagoano, os funcionários são do Corinthians Alagoano. O Corinthians Alagoano ainda existe, só está com nome fantasia”, complementou o agora mandatário do Santa Rita.

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