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Cansada de ver Cruzeiro perder mandos, torcida se divide em busca de soluções e culpados

Parte da torcida quer extinção de organizadas, outros pedem mais eficiência da PM

postado em 01/10/2014 19:46 / atualizado em 01/10/2014 20:27

Gilmar Laignier /Superesportes

Rodrigo Clemente/EM/DA Press

O torcedor do Cruzeiro não aguenta mais perder mandos de campo. Desde 2012, quando o clube voltou a jogar em Belo Horizonte, já são sete partidas de punição, por confusões entre torcedores, na maioria das vezes ‘organizados’. Nesta quarta-feira, o clube foi penalizado por causa dos incidentes no clássico contra o Atlético, quando bombas foram arremessadas no setor de divisão entre as torcidas.

OPINE: Você é a favor do banimento das organizadas?

Antes da partida contra o ABC, nesta quarta-feira, a reportagem do Superesportes percorreu a esplanada do Mineirão e ouviu cruzeirenses a respeito da situação. Eles expuseram opiniões divergentes sobre o assunto, mas foram unânimes em dizer que estão cansados de ver o clube ser punido.
Gilmar Laignier/Superesportes

A agente sócio-educativa Maria das Graças Lucareli, de 61 anos, é sócia do futebol e saiu em defesa de algumas torcidas organizadas, mas não titubeou em atacar outras. “Há muitas torcidas organizadas que não causam problemas, não podemos generalizar, mas, para mim, a solução é acabar com as organizadas brigonas, que existem em todos os clubes. No nosso caso, são a Máfia Azul e a Pavilhão. No caso do Atlético, não sei se há outras além da Galoucura”, avaliou a cruzeirense, que levava consigo a netinha Luiza Lucareli, de quatro anos.

"Vou ao Mineirão em todos os jogos, às vezes sozinha, às vezes trago companhia. Sempre fico atrás do gol, não tenho dúvida que enquanto essas organizadas não forem extintas, vamos sempre pagar pelos erros dos outros”, ratificou, convicta.

O empresário Thiago Nunes, de 30 anos, pensa diferente de Maria das Graças. Também acompanhado da família – a esposa Maraiza e o filho Arthur – o sócio do futebol acredita que o problema está na legislação desportiva brasileira, que pune quem não deve ser responsabilizado.

"Há uma inversão de valores. A PM e a segurança dos estádios é que deviam ser responsabilizadas por haver pessoas portando bombas nas arquibancadas, isso é uma questão de segurança, tem que punir quem provoca essa situação, prendendo ou não permitindo a entrada no Mineirão. A torcida organizada faz parte do espetáculo, banir não é a solução. A Polícia tem que fazer seu trabalho e conter quem pratica esses atos. O clube não deve ter responsabilidade sobre a conduta desses cidadãos”, disparou Thiago.

Medo

As constantes confusões nos estádios afastam alguns torcedores. É o caso do autônomo Otacílio de Souza, de 54 anos. Ele compareceu ao Mineirão nesta quarta-feira pela primeira vez, desde que o estádio foi reinaugurado. Segundo ele, o motivo da ausência é o medo de levar a família ao estádio.

”Escolhi vir a este jogo porque era uma partida mais tranquila, com pouca torcida, por isso pude trazer minha filha. Já frequentei muito o Mineirão com 90, 100 mil pessoas, hoje não dá mais. Você fica com medo de bomba estourar perto da sua família. E não sou só eu, vários amigos meus também pararam de vir ao estádio pelo mesmo motivo. Para mim, já passou da hora de acabar com esses baderneiros dessas organizadas”, disparou.

A filha Júlia Caroline, de 15 anos, endossou o discurso do pai. “A torcida organizada era para fazer a festa e ser a alegria no estádio, mas no caso da Máfia Azul e da Pavilhão, elas intimidam outros torcedores e ainda prejudicam o Cruzeiro, com essas perdas de mando”.

Punição justa

Nem todos os torcedores discordaram da pena aplicada pelo STJD ao clube. O fisioterapeuta Toni Roberto, de 50 anos, lamentou a punição, mas a considerou justa. “Acho legítimo o clube ser punido, é uma das etapas para tentar acabar com o problema, pois faz com que as diretorias das equipes não sejam coniventes com essas organizadas, como já ocorre com a atual gestão do Cruzeiro. Já está mais do que provado que esses grupos trazem mais malefícios do que benefícios ao futebol, então sou a favor do banimento deles e de todas as punições”.

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Tags: cruzeiro organizadas justiça stjd punição mando