Sem abandonar o time celeste

A torcida do Cruzeiro reconheceu o trabalho da equipe na temporada e, mesmo com a perda do título da Copa do Brasil, ontem, no Mineirão, aplaudiu e cantou para os jogadores por longos minutos após o apito final. O técnico Marcelo Oliveira revelou que, no vestiário, o sentimento era duplo: de tristeza pela derrota para o Atlético e de satisfação pelos dois títulos do ano, o Mineiro e o Brasileiro.

“No ano passado, fomos muito bem no Mineiro, mas perdemos o título, e a torcida teve o mesmo comportamento. Ainda acompanhou o ônibus até a Toca. Aquilo foi fundamental e deu muita força, porque era o reconhecimento de um trabalho que estava começando e que depois rendeu dois títulos de Brasileiro”, comparou o treinador. “A torcida tem certeza que são jogadores comprometidos, guerreiros. Em alguns momentos, vão ganhar. Em outros, isso não é possível”.

Os jogadores também destacaram o rendimento da equipe na temporada. “Para nós, foi importante sermos bicampeões brasileiros. Poucos conseguiram essa façanha. Temos de comemorar até última rodada”, destacou o goleiro Fábio. “Terminamos a temporada de cabeça erguida, com o Mineiro e o Brasileiro”, elencou o atacante Willian. “Nós somos tetracampeões brasileiros. Isso não é motivo para ficar triste”, acrescentou o lateral-esquerdo Egídio.

Para o volante Nílton, o saldo do Cruzeiro em 2014 foi positivo: “A equipe tem que levantar a cabeça. Foram quatro competições difíceis e ganhamos duas. O trabalho está de parabéns. A derrota é chata, claro, mas nossa temporada está de parabéns e vamos para as férias com méritos”.

MERECIDO Tanto Marcelo Oliveira quanto os jogadores reconheceram que o Atlético mereceu o título da Copa do Brasil. “Nosso cansaço não serve de desculpa. O adversário foi melhor e mereceu”, definiu o treinador celeste. Segundo Marcelo, a equipe errou muito na parte técnica, principalmente nos passes na intermediária no primeiro tempo. E o gol nos acréscimos deu uma tranquilidade muito grande para o Atlético na etapa final, já que havia vencido por 2 a 0 no Horto.

O atacante Marcelo Moreno também admitiu que o Cruzeiro não foi bem na partida de ontem: “Tentamos fazer nosso jogo, mas, infelizmente, não jogamos o que precisávamos. Chegamos no nosso limite, mas temos de estar felizes pelo que fizemos. Ganhamos o campeonato mais difícil do mundo.”

Nílton foi mais longe em sua análise: “Tentamos superar o desgaste por se tratar de uma final, mas, infelizmente, hoje (ontem) não ia sair o gol”. “Temos de dar os parabéns para o Atlético, que foi merecedor”, comentou Willian. “Não podemos deixar de reconhecer a qualidade do Atlético.

Apoio do herói
O ex-armador Giovanni, herói do tri cruzeirense no Brasileiro de 2000 foi ao Mineirão para acompanhar o clássico e levar bons fluidos ao ex-time. “O Cruzeiro tem de ter paciência, mas acho que consegue inverter a vantagem do Atlético. O time chega para o jogo mais leve depois do título brasileiro conquistado no domingo. Estou confiante no penta.”

Ônibus invisível
Torcedores celestes fizeram a festa na chegada da delegação cruzeirense ao Mineirão. Muitos sinalizadores foram acesos e a fumaça atrapalhou a visibilidade do motorista que conduzia o ônibus com a equipe ao Gigante da Pampulha.

Segurança
Por medida de prevenção, policiais militares montaram um operação de revista na entrada do Mineirinho, onde os atleticanos ficaram concentrados antes do clássico decisivo da Copa do Brasil. Os carros dos torcedores foram revistados. Nenhuma ocorrência foi registrada.