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Melhor técnico da Série A, Marcelo pretende trilhar longo caminho no comando do Cruzeiro

Técnico já soma 139 jogos pelo clube, porém mira igualar profissionais da Europa

postado em 09/12/2014 00:30 / atualizado em 09/12/2014 01:38

Redação /Superesportes

Marcos Michelin/EM/D.A Press

Marcelo Oliveira quer fazer história no Cruzeiro. Ficar por muito tempo. Talvez ser uma espécie de Alex Ferguson do Manchester United ou Arsène Wenger do Arsenal. A comparação foi feita nessa segunda-feira durante a entrega do prêmio de melhor técnico do Campeonato Brasileiro ao comandante celeste, campeão nacional pela segunda vez consecutiva.

Depois do encerramento da Série A, Marcelo chegou a 139 jogos no comando do Cruzeiro. Venceu 93, empatou 24 e perdeu 22. O aproveitamento é de quase 73%.

“Essa é uma pergunta que tem me feito constantemente. Dos meus objetivos, do que eu penso, de sair para outros clubes, de proposta que teria sido feita. Digo que sou tão feliz no Cruzeiro, pela grandeza, pelo ambiente, pela participação do torcedor. E um dos objetivos é esse. Quebrar essa cultura de que o técnico brasileiro não fica tanto quanto na Europa”, diz Marcelo, em entrevista ao Bem Amigos, do canal Sportv.

“Por mais que tenham aparecido algumas situações, é muito mais importante para mim fazer um trabalho maior num clube tão grande quanto o Cruzeiro”, acrescenta o técnico.

Para manter a boa regularidade que fez de Marcelo Oliveira um treinador respeitado no cenário nacional – o Cruzeiro ganhou, com sobras, os Brasileiros de 2013 (76 pontos) e 2014 (80 pontos) –, é preciso renovar o elenco. Não porque o grupo é desqualificado, mas sim para deixá-lo ainda mais encorpado visando à temporada 2015. E Marcelo busca desafios maiores na carreira, como a conquista da Copa Libertadores da América.

“Nós fizemos uma reunião sobre a situação do meu contrato. E uma das coisas que mais comentei é sobre isso. O Cruzeiro tem um ótimo elenco, mas é possível e necessário trocar peças pontuais. Justamente para revigorar e criar uma concorrência nova. E é um trabalho da comissão criar novos desafios. A partir de janeiro, é virar a página de 2014 e objetivar novas coisas. Se fomos bem, podemos ir melhor”, avisa.

Chegada difícil ao clube

Questionado sobre o seu começo no Cruzeiro, Marcelo relembrou do protesto de alguns torcedores na Toca da Raposa II, no fim de 2012, quando o presidente Gilvan de Pinho Tavares praticamente havia confirmado sua contratação. O motivo: a identificação do treinador com o Atlético, onde jogou entre 1972 e 1984, marcando nada menos que 104 gols em 285 jogos. Sempre tranquilo e coerente nas declarações, o mineiro criado em Pedro Leopoldo conseguiu dar a resposta dentro de campo.

“Eu já havia saído de Minas, do Atlético, trabalhei em outros clubes. Fiz bom trabalho no Coritiba. Surpreendi-me um pouco com aquela reação. Primeiro, um grupo pequeno de torcedores. Depois, ampliou um pouco mais. Porém aceitei o desafio, pois trabalharia em um dos grandes clubes do Brasil. Vi que a rejeição não era em relação ao profissional que fui, mas sim em relação à rivalidade. Além disso, o Atlético estava bem e o Cruzeiro havia perdido para o Santos, se não me engano, por quatro gols. Mas resolvi enfrentar. Dependia exclusivamente do meu trabalho. Felizmente está dando certo”, comenta.

Por fim, Marcelo deixa transparecer o excelente relacionamento com o presidente Gilvan de Pinho Tavares e o diretor de futebol Alexandre Mattos. Os três constantemente conversam para definir detalhes da equipe que tentará conquistar mais títulos ano que vem. “A renovação do meu contrato demorou 20 minutos. Conversamos mais sobre as perspectivas do Cruzeiro, o meu trabalho, o que será feito no próximo ano. Não pode faltar trabalho, ambição e objetivos novos para seguirmos em frente”, encerra.

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