Os 20 mil primeiros modelos foram vendidos em poucas horas do dia 17 de janeiro. Na ocasião, Marcone Barbosa, diretor de marketing do clube, chegou a pedir "calma ao torcedor, pois não faltariam peças". O cenário atual mostra algo um pouco diferente.
O relato do empresário Sílvio Cruz, morador de Belo Horizonte, aponta problemas em datas de entrega da camisa. Em 17 de janeiro, ele comprou na Loja do Cruzeiro do Shopping Del Rey, Bairro Caiçara, em Belo Horizonte, um uniforme de cor azul com patch de campeão brasileiro, pagando à vista o valor de R$ 229. A previsão passada pelo estabelecimento era de que o produto chegaria às mãos de Sílvio até 28 do mês passado. Não foi o que aconteceu.
“Liguei para lá no dia 28 e falaram que não havia chegado”, conta Sílvio ao Superesportes. Segundo o empresário, atendentes da loja pediram que ele retornasse a ligação no dia 5 de janeiro, pois o produto estaria à disposição. Nada feito. “Esperei mais uns quatro dias e telefonei somente no dia 9. Fui informado que a previsão era para março. Até perguntaram se eu queria o dinheiro de volta, mas falei que queria a camisa. Então continuo aguardando”, declara o cruzeirense.
A reportagem fez contato com a Loja do Cruzeiro do Shopping Del Rey, onde Sílvio Cruz fez a compra, e obteve a resposta de que “novas mercadorias chegariam somente depois do carnaval ou no início de março”. Havia somente camisas brancas e no tamanho P. De acordo com um funcionário, “a Penalty não vem conseguindo cumprir o combinado em virtude da grande demanda de serviço”.
Já o analista de sistemas Fabrício Costa diz que pagou R$ 199 em uma camisa azul sem o patch de campeão brasileiro e o número. O torcedor, no entanto, informa que deseja acrescentar os dois acessórios ao uniforme, mas não os encontra na loja oficial do Barro Preto. “Quero colocar número e patch, mas sempre dizem que não tem jeito. Falaram para eu olhar no dia 3 de fevereiro. Liguei e adiaram novamente”, conta Fabrício, que ainda pretende adquirir um modelo cor branca.
Contatada, a Loja do Cruzeiro do Barro Preto não atendeu as ligações.
Há ainda quem passa pelas situações de “ter e não ter” o produto. O bancário Mário Braga adquiriu uma camisa azul e uma branca. Está somente com o segundo modelo em mãos.
“Paguei à vista o valor de R$ 459,60 pelas duas peças (ambas com patch de campeão brasileiro e números). Me entregaram a camisa branca e informaram que a azul só chegará em 20 de fevereiro. Ainda está dentro do prazo”, declarou Braga, que fez a compra na loja do Mineirão.
O Superesportes consultou as lojas do Cruzeiro do Minas Shopping e do Shopping Estação BH. Nas duas não havia pré-venda por opção do proprietário. Estavam disponíveis camisas azuis “P” e brancas em todos os tamanhos.
Passado quase um mês do lançamento dos novos uniformes, o diretor de marketing do Cruzeiro, Marcone Barbosa, admitiu em contato por SMS que o clube “atravessa um problema pontual, uma vez que em algumas lojas do mercado podem ser encontradas e em outras não”.
Penalty culpa alta demanda
Apesar do alto número de reclamações de torcedores e dos relatos dos lojistas sobre atrasos da Penalty, a fornecedora não admite que esteja descumprindo prazos. O diretor comercial da Penalty, Rafael Gouvêa, garantiu à reportagem que a entrega tem sido feita de maneira satisfatória.
"Estamos entregando um volume superior ao prometido ao clube para o primeiro trimestre deste ano. De fato a demanda dos torcedores neste momento é surpreendentemente superior, mas não falhamos com o compromisso com o clube", disse o dirigente.