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Anatomia da derrota

Por que a Raposa não resistiu à armadilha do River e sofreu revés histórico na Libertadores

postado em 29/05/2015 08:35 / atualizado em 29/05/2015 08:40

AFP PHOTO / DOUGLAS MAGNO
Enquanto o time de Marcelo Oliveira tenta juntar os cacos da queda diante do River Plate nas quartas de final, a torcida ainda tenta absorver o mais elástico revés do Cruzeiro em casa na história da Libertadores. Os 3 a 0 que doem na alma celeste foram o resultado de uma soma de erros desde o início da competição, que levou o caldo a entornar de vez no Mineirazo da noite de quarta-feira. A festa azul que se prenunciava depois da vitória por 1 a 0 no Monumental de Núñez se transformou em pesadelo a cada passe errado, a cada bola perdida para os argentinos, a cada vez que as redes de Fábio balançaram: foi o 7 a 1 celeste. Antes de buscar os responsáveis pelo desastre, é preciso mostrar por que ele acabou sendo inevitável. O Estado de Minas escala 11 motivos.

Contratações equivocadas
Excesso de jogadores em algumas posições contribuiu para a indefinição do time. Nas últimas semanas, Gílson, Breno Lopes e Riascos já foram emprestados. Felipe Seymour pode ter igual destino.

Desorganização no comando
Há muitos dirigentes, mas nenhum que centralize as decisões no futebol. O que permitiu situações bizarras, como a barração do atacante Joel na Argentina por falta de visto de entrada.

Queda de produção de jogadores
O lateral-direito Mayke, o volante Henrique e o atacante Willian não são os mesmos do ano passado, mas continuam a ser escalados. E quase sempre a atuar mal.

Oscilação do time de um jogo para outro
Quando a atuação em uma partida animou a torcida, na seguinte ocorreu o contrário. Foi assim depois do primeiro clássico com o Atlético pelas semifinais do Estadual e das vitórias sobre São Paulo e River Plate.

Falta de esquema alternativo de jogo
Marcelo Oliveira não conseguiu fazer com que o 4-2-3-1 inicial se transformasse em 4-2-4 dependendo das circunstâncias da partida, como a equipe dos anos anteriores era capaz de fazer.

Imaturidade de De Arrascaeta
A responsabilidade de ditar o ritmo do time em campo acabou pesando nas costas do jovem uruguaio de apenas 20 anos, que alternou poucos bons momentos com apagões em pleno jogo.

Falta de um autêntico armador
Com De Arrascaeta retraído, faltou alguém que se incumbisse de dar o passe decisivo, que fizesse a ligação defesa-ataque, funções que Éverton Ribeiro tão bem executou em 2013 e 2014.

Instabilidade emocional
O nervosismo na derrota para o River foi visível desde os primeiros minutos. Os jogadores erravam passes simples e se mostravam desatentos. Mayke deixou escapar duas bolas que Fábio lhe lançou.

Ausência de atitude
A perplexidade diante da ótima atuação do adversário não passou com o decorrer da partida. Pelo contrário, foi se agravando e acabou descambando para a apatia generalizada.

Falhas infantis no sistema defensivo
O próprio Marcelo Oliveira reconheceu: as segundas bolas caíam sempre nos pés dos argentinos. E também os combates corpo a corpo, sobretudo dos zagueiros Manoel e Bruno Rodrigo.

Grande atuação do River
Marcelo Gallardo fez a lição de casa muito bem-feita. Seus comandados anularam todos os pontos fortes dos cruzeirenses e sobraram em campo, em exibição histórica para orgulhar sua torcida.