Cruzeiro

INQUÉRITO

Morte de torcedor cruzeirense no Mineirão não foi causada apenas por lesões, afirma IML

Instituo Médico Legal informou que sinais de trauma não justificaram o óbito

postado em 27/10/2016 18:11 / atualizado em 28/10/2016 09:02

As causas da morte do torcedor Eros Dátilo Belisario, de 37 anos, nessa quarta-feira no Mineirão, ainda são um mistério. Laudos do Instituto Médico Legal (IML) constataram que o homem apresentava sinais externos de trauma, mas que as lesões não justificaram o óbito. Testemunhas acusaram seguranças do estádio de agredir Eros. Um inquérito foi aberto para investigar o caso. Envolvidos na confusão e pessoas que presenciaram o tumulto devem ser ouvidos na próxima semana.

O torcedor morreu durante a partida entre o Cruzeiro e Grêmio, pela ida das semifinais da Copa do Brasil. De acordo com a Polícia Militar (PM), um dos seguranças que trabalhavam na hora do jogo disse que tentou impedir que dois torcedores mudassem de setor no estádio. Durante a abordagem, segundo a ocorrência, o torcedor foi mobilizado pelo segurança e começou a passar mal. Ele foi levado para o atendimento médico do Mineirão. E depois, acabou transferido para o Hospital Odilon Behrens.

No boletim, testemunhas contaram que o torcedor havia sido agredido e levado para o interior de uma sala e saiu de lá desacordado, depois de cerca de 5 minutos lá dentro, com dois seguranças. Um vídeo publicado nas redes sociais flagraram momentos depois da confusão. As imagens mostram uma mulher acusando um dos funcionários de ter agredido a vítima. Nesse momento, um dos seguranças pede ao autor do vídeo para que ele pare de filmar. No entanto, ele se recusa, e alerta para que alguém chame a polícia. Durante todo o registro, Eros se mantém deitado de bruços e inconsciente.

O corpo de Eros foi levado para o IML de Belo Horizonte onde passou por exames. Segundo a diretora da unidade, a médica legista Lena Lapertosa, o corpo apresentou sinais externos de trauma. No entanto, essas lesões não justificam o óbito. “Por essa razão, serão necessários a realização dos exames anatomopatológico e toxicológico, que já estão em curso. O prazo para conclusão dos exames é de 30 dias”, disse, em nota divulgada pela Polícia Civil.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) já havia informado que a vítima deu entrada no Hospital Metropolitano Odilon Behrens às 23h07, encaminhada por uma ambulância privada que atende no Mineirão. O paciente chegou ao hospital já sem vida, com múltiplos traumas.

A empresa responsável pela segurança do estádio soltou uma nota, "A Prosegur lamenta o ocorrido na noite desta quarta-feira (26/10), na Minas Arena. A companhia ressalta que está colaborando com as autoridades na investigação dos fatos".

A Minas Arena, responsável pela gestão do Mineirão, divulgou nota nesta quinta-feira, em que declara ter ''total interesse no esclarecimento do assunto de forma séria e verdadeira, acompanha de perto e aguarda a apuração dos fatos pelas autoridades competentes''.