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À procura de um substituto

Encerramento das atividades no Uberlândia, após o NBB, abre discussão em Minas

postado em 01/04/2015 08:23 / atualizado em 01/04/2015 11:33

Beto Magalhaes/EM/D.A Press
A notícia de que o Uberlândia vai encerrar as atividades ao fim da temporada do Novo Basquete Brasil (NBB) provocou a união do basquete mineiro. Clubes e dirigentes se juntaram para buscar uma solução que permita que o estado continue a ter dois representantes na competição e não haja um retrocesso que prejudicaria o esporte – poderá, inclusive, paralisar a disputa do Campeonato Mineiro Masculino, já que apenas uma equipe restaria, o Minas, que já viveu uma situação semelhante. No fim dos anos 1990, o estado tinha apenas uma vaga na principal competição desse esporte no país, o Campeonato Nacional. Por dois anos, o clube da capital, para retornar à disputa, teve de se sujeitar a bancar as despesas de adversários e a arbitragem.

 

O basquete mineiro não passa por situação semelhante desde o ano de 1997, quando o Ginástico disputou a competição pela última vez. Na época, terminou na penúltima colocação e disputou uma repescagem contra o Tijuca, que acabou vencendo a disputa. Para o campeonato seguinte, oito clubes permaneceram (Franca, Corinthians-RS, Mogi, Ribeirão Preto, Flamengo, Londrina, Minas e Palmeiras), enquanto quatro encerraram suas atividades (Corinthians-SP, Abas-DF e Guaru-SP).

Havia a pretensão de aumentar de 12 para 14 o número de times. O Tijuca já estava garantido, por vencer a repescagem e, de acordo com o regulamento da competição, o Ginástico, que tinha a estrutura para a disputa, permaneceria, e quatro outras equipes seriam convidadas. Na época o presidente da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) era Gerasime Bosikis, o Grego, que preferiu chamar mais uma equipe de seu estado, o Rio (Vasco), além de Rio Claro, Bandeirantes-SP, Joinville e Pinheiros-SP.

O Ginástico foi excluído por uma decisão do presidente, que vivia uma guerra política com o então presidente da Federação Mineira de Basquete (FMB), José Guilherme Lara Barcelos, o Papagaio, que havia entrado na Justiça tentando impedir a eleição de Grego para um terceiro mandato. Somente dois anos depois o Minas conseguiria a segunda vaga, já que uma era do Uberlândia, campeão mineiro, mas pagando todas as despesas.

Agora, 17 anos depois, o risco se repete. Mas um somatório de forças que envolve o presidente de honra da Liga Nacional de Basquete (LNB), Kouros Monadjemi; o presidente da Federação Mineira de Basquete (FMB), Álvaro Cotta; o presidente do Ginástico, Márcio Tibo e até mesmo o presidente do maior rival, o Minas, Luiz Gustavo Viana Lage, pode impedir que isso aconteça. A solução viria do Ginástico, que está se preparando para disputar a Liga B.

Tão logo tomou conhecimento da notícia, o diretor de basquete do Ginástico, Ricardo Zhouri, ex-presidente do clube, entrou em contato com o ex-senador Wellington Salgado (PMDB), presidente do Grupo Universo, do qual faz parte a Unitri, proprietária da equipe de basquete e de uma franquia do NBB, com a proposta de cessão da vaga ao clube de Belo Horizonte. Zhouri conseguiu de Wellington a confirmação de uma reunião deste com o presidente Tibo. Na proposta, o Ginástico manteria o nome do Unitri como patrocinador, competindo na vaga da equipe do Triângulo.

A ideia tem a aprovação de Monadjemi, que entende que isso é muito ruim para o basquete mineiro. “Não é hora de enfraquecermos. O basquete mineiro sempre foi forte. Já tivemos sete jogadores competindo em Jogos Olímpicos. Não podemos deixar que isso aconteça. Vou ajudar no que for possível”. Luiz Gustavo, que também defendeu o Ginástico, além da Seleção Brasileira, está disposto a lutar pela volta do clube à elite do basquete nacional. “O mais importante é a manutenção de um basquete forte no estado. Seria muito ruim que o Minas ficasse como único representante mineiro.”

Álvaro Cotta pretende lutar em dois caminhos. “Primeiro, pretendo conversar com o Wellington, ir ao prefeito de Uberlândia e saber o que pode ser feito para a manutenção da equipe, afinal de contas, Uberlândia se tornou um polo do basquete mineiro. É um dos principais esportes da cidade. Quero ver se não há como os empresários da região ajudarem na continuidade do projeto, diluindo os custos. Caso não seja possível, vamos lutar para não permitir que Minas Gerais perca uma vaga no NBB. Que a franquia se transfira para o Ginástico ou outra cidade. Precisamos de dois times na competição".

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Com o quinto lugar já garantido para as oitavas de final do NBB, o que lhe dará direito de mandar três partidas da melhor de cinco em casa, na Arena JK, o Minas enfrenta o Palmeiras, às 20h, na Arena JK. A partida, segundo o técnico do MTC, Demetrius, servirá para preparar a equipe para a disputa dos play-offs. Vamos imprimir um ritmo de jogo já pensando na próxima fase”, diz o treinador.

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