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Presente que deu pedal

Doação de sete bicicletas à Escola Municipal de Santo André rendeu R$ 22,8 mil. Dinheiro será destinado à implantação de período integral em dois dias da semana

postado em 03/08/2014 09:01

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

Paulo Galvão
Enviado especial

Santa Cruz Cabrália (BA) –
Além de pequenos presentes – como camisas, chinelos, calções e agasalhos – recebidos por moradores, a primeira ação da Seleção Alemã que efetivamente beneficiou Santo André foi a doação de sete bicicletas à Escola Municipal do distrito. As bikes, acompanhadas de capacetes com o nome de alguns campeões do mundo, já foram vendidas, uma delas por R$ 3 mil e as demais por R$ 3,3 mil, possibilitando a arrecadação de R$ 22,8 mil. O valor está depositado num banco, pois faz parte de projeto maior, da implantação de atividades em período integral em dois dias da semana, permitindo aos alunos ter atividades extracurriculares.

Para isso, a entidade aguarda a doação de 20 mil euros/ano (cerca de R$ 60.710), durante quatro anos, de uma organização não governamental (ONG) que tem apoio da Federação Alemã, mas busca mais recursos para viabilizar o projeto. “Só a alimentação extra que será necessária, com os alunos passando o dia todo conosco, já consome esse valor. Ainda vamos precisar de professores e material para as aulas. Estamos levantando os custos e, se tudo der certo, vamos implantar o período integral no ano que vem”, diz a diretora Patrícia Farina, que não quer iniciar o projeto sem a garantia de que ele poderá ser mantido pelo menos por um ano. “Estamos buscando parceiros com o Instituto Amigos de Santo André (Iasa) e o Centro Cultural. Seria ótimo integrar as três instituições.”

Além das bicicletas e da doação da ONG, a Escola Municipal Santo André, que atende crianças até o quinto ano do ensino básico, conseguiu outra fonte de recursos graças à Seleção Alemã. A camisa oficial autografada que recebeu foi enviada a São Paulo para ser leiloada pela própria instituição, por não menos de R$ 10 mil. O valor arrecadado será usado em melhorias na escola.

Há ainda a possibilidade de que mais bicicletas sejam doadas, mas nenhuma certeza de que isso vá ocorrer. Caso se confirme, a estratégia deverá ser outro leilão, buscando arrecadar mais do que no primeiro lote, cujas magrelas foram vendidas basicamente pelo preço que custam na Europa, sem aumento do valor pelo fato de terem sido usadas pelos campeões do mundo.

REALIDADE

Ainda que todas essas iniciativas rendam valiosos recursos para a instituição de ensino, eles não a levarão a nadar em dinheiro, como muitos imaginam. O alerta é da própria Patrícia Farina, que faz questão de negar boatos de que novo prédio seria construído pela Federação Alemã, entre outras coisas. “A ajuda é extremamente importante, mas não vai resolver nossos problemas. Só vamos conseguir aproveitá-la unindo forças, com o poder público tendo o apoio da comunidade e de pessoas de fora”, argumenta a diretora, lembrando que os móveis novos vistos tanto nas salas de aula quanto no pátio que serve de refeitório foram doados por uma empresária paulista. “Muita gente pode imaginar que está tudo lindo aqui, mas continuamos precisando de ajuda como qualquer escola pública.”

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