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O homem de US$ 250 milhões

Mais bem pago atleta do mundo, norte-americano Floyd Mayweather entra no ringue para defender cinturão dos meio-médios contra mexicano. Luta movimenta números impressionantes

postado em 14/09/2013 09:12

Steve Marcus/Reuters
O apelido de Money (dinheiro, em inglês) cai bem para o pugilista norte-americano Floyd Joy Mayweather Jr., de 36 anos, o atleta mais bem pago do mundo no ano passado, segundo a revista Forbes – mesmo lutando apenas uma vez e passando dois meses na prisão.

Com um acordo de US$ 250 milhões (cerca de R$ 570 milhões) para lutar seis vezes até o fim de 2015, o dono do cinturão dos meio-médios do Conselho Mundial de Boxe entra no ringue por volta da 1h (de Brasília), para defender a invencibilidade de 44 vitórias contra o mexicano Saul Canelo Alvarez, no tradicional MGM Hotel, em Las Vegas. Alvarez é o atual campeão dos médio-ligeiros e tem o impressionante cartel de 42 vitórias (30 por nocaute) e um empate.

Só para entrar no ringue, Mayweather vai receber US$ 41,5 milhões (R$ 94 milhões), a maior bolsa da história do boxe. Ele superou os US$ 32 milhões (à época, R$ 64 milhões) que ele próprio ganhou na primeira luta de 2013, em maio, contra o também americano Robert Guerrero. Ele venceu por decisão unânime a primeira luta desde a prisão por agredir sua esposa.

Medalhista de bronze em Atlanta’1996, Mayweather é a maior estrela do boxe norte-americano na última década e conhecido por esbanjar carros e relógios de diamante. Para se ter ideia, o valor pago pela promotora para tê-lo em ação é superior ao que os pesados Evander Holyfield e Mike Tyson ganharam em 1997 para se enfrentar: US$ 30 milhões. E os ganhos de Mayweather estão assegurados, mesmo se perder, uma vez que a luta contra Alvarez é apenas a segunda do acordo de seis combates que ele fechou com o canal de pay-per-view Showtime – um contrato que supera meio bilhão de reais.

O investimento em Mayweather é retorno garantido. Apenas com bilhetes para a luta do MGM Hotel foram arrecadados US$ 19,1 milhões (R$ 43,5 milhões). A venda de artigos, como camisetas e bonés deve superar os US$ 50 milhões (R$ 113 milhões).

O canal Showtime, que detém os direitos, deve vender a luta para mais de 160 países, faturando cerca de US$ 150 milhões (R$ 341 milhões), sem contar a venda de pay-per-view, que custa US$ 74,95 nos Estados Unidos – na luta contra Oscar de la Hoya, em 2007, foram vendidos 2,4 milhões de assinaturas. E ainda tem o movimento nos cassinos de Las Vegas, hotéis e apostas. Mayweather, além da bolsa garantida, ainda deve lucrar alguns milhões de dólares, uma vez que sua empresa é copromotora da luta.

PROVOCAÇÕES Desde quarta-feira, na primeira entrevista coletiva da semana da luta, Mayweather e Canelo já mostraram a tensão entre os dois. O mexicano não poderá contar com o seu empresário, Oscar de la Hoya, que se internou para tratar problemas com abuso de substâncias químicas. “Nós dois venceremos nossas batalhas”, disse Canelo, que é apadrinhado por De la Hoya desde o início da carreira no boxe.

Nada modesto, Mayweather fez questão de intimidar o adversário. “Ele ganhou 42 combates, mas não enfrentou nenhuma vez o Mayweather, senão teria perdido. Eu não estou preocupado com os adversários. Sempre que um lutador é bom, eu consigo ser ainda melhor. Eu nasci para estar aqui, neste nível. Estou no auge do boxe e focado no meu objetivo”, explicou.

Além de Mayweather x Canelo, outra atração promete movimentar Las Vegas: pelos meio-médios, o norte-americano Danny Garcia encara o argentino Lucas Mathysse.