Mais Esportes

JUDÔ

Do Minas para o mundo

Parte da Seleção Brasileira que disputará a principal competição da modalidade, na Rússia, se prepara em Belo Horizonte. Trabalho é forte para garantir luta por medalhas

postado em 31/07/2014 08:22

Ivan Drummond /Estado de Minas

Beto Magalhaes/EM/D.A Press
O dojô do Minas foi o local escolhido pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ) para a preparação de parte da Seleção Brasileira que disputará, a partir de 21 de agosto, o Campeonsto Mundial da Rússia, na cidade de Chelyabinsk. Isso se deve ao fato de o clube mineiro ter nada menos que cinco integrantes da equipe que disputará a competição: a meio-leve Érika Miranda; os leves Ketleyn Quadros e Alex Pombo; a meio-médio Mariana Silva, e o meio-pesado Luciano Corrêa. Além disso, o treinamento acontece sob orientação do técnico Floriano de Almeida, que já integrou a equipe nacional. A eles, se juntam os pesos- pesados Rafael Silva, David Moura e Walter Santos.

Ânimo é o que não falta. A expectativa de chegar ao pódio é comum a todos, em especial, aos cinco atletas do time mineiro. Ketleyn, primeira mulher a ganhar uma medalha individual em Jogos Olímpicos (bronze em Pequim’2008), passou por um momento de superação. Contundida, ela ficou sem lutar por quase dois anos, em 2009 e 2010. Chegou a cair para o 45º lugar no ranking mundial e hoje é a quinta na classificação. “A contusão prejudica em todos os sentidos. Muita gente não entende que há uma perda técnica e física, além de psicológica. E você tem de recuperar em todos os aspectos. Quando ganhei a medalha, tinha apenas 20 anos, há seis. Aprendi muito, inclusive a controlar a ansiedade e a evitar a ansiedade”, diz a atleta, que diz que treinar com a seleção dá um ganhou maior. “Aqui estão aqueles que são de um nível superior e você treina com seu peso e os que estão acima. Aprimora cada vez mais.”

A exemplo da amiga Ketleyn, Érika diz que o tempo fez com que aprendesse a se controlar. “Hoje, tenho noção, por exemplo, de que o ranking mundial não é o real. Pode ser que algum atleta de ponta esteja fora dele por uma questão de contusão. Aí, quando você chega num Mundial, pega essa atleta logo de cara. O ranking é só uma maneira para se definir as chaves.”

Campeão mundial, no Rio, em 2007, e bronze no Egito, em 2005, Luciano Corrêa diz que já está na hora de voltar a ganhar uma medalha. “Estou com saudades disso. Agora me considero mais preparado. Tive um bom início de temporada e fiz uma boa preparação, principalmente no que era meu fraco, a parte técnica. Vou para subir ao pódio.”

Alex Pombo diz que vive um momento sem igual e que isso acontece numa hora em que o trabalho do judoca mais evolui. “A Confederação tem investido de maneira profissional. Antigamente, o atleta tinha de pensar como e onde ía treinar. Depois, fazer seu lado psicológico todo sozinho. Mas hoje não, você tem tudo. Por isso, acho que o Brasil está no nível em quem está no esporte mundial e é uma das potências mundiais. Vamos para fazer muitos campeões e medalhistas.”

Última hora Mariana Silva, a quinta atleta do Minas no Mundial teve a sua vaga confirmada somente na última hora, na tarde de terça-feira, quando Maria Barros teve confirmado o seu afastamento em função de uma cirurgia que terá de fazer. “Essa é uma oportunidade única, que aconteceu, infelizmente, em função da contusão da Mariana Barros. Sei que é uma chance de mostrar o que tenho trabalhado. Vou para esse mundial para lutar por mim, meus ideais, pela equipe, pelos apaixonados pelo judô no nosso país, pela família e também pela Mari Barros.”Os treinos acontecerão até o dia 13, quando a equipe nacional embarca para a Rússia. Cada atleta tem treinos simulatórios de lutas, com atletas de seu mesmo peso e também com de outras categorias, o que serve para aprimorar a técnica.