Mais Esportes

JUDÔ

Desafio de peso para Ketleyn

Primeira brasileira a conquistar medalha olímpica individual, atleta do Minas opta por subir de categoria e vai enfrentar colega por uma vaga nos Jogos Rio'2016

postado em 31/03/2015 09:42

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
A judoca Ketleyn Quadros, de 27 anos, primeira brasileira a conquistar uma medalha olímpica individual, bronze, nos Jogos Olímpicos de Pequim’2008, está diante de um dos maiores desafios de sua careira. Ela está mudando de categoria. Sai da peso leve (52kg a 57kg) e vai competir uma acima, na meio-médio (57kg a 63kg), onde terá pela frente adversárias mais pesadas. E além disso, começou do zero a disputa por uma vaga na equipe olímpica brasileira, já que somente o melhor colocado no ranking da Federação Internacional de Judô (FIJ) garante a vaga para os Jogos do Rio’2016. E sua principal concorrente é uma companheira de clube, o Minas, Mariana Silva.

Ketleyn disse que pensou muito antes de decidir pela mudança. “Eu optei, em grande parte, pelas vantagens que terei. Não decidi sozinha. Conversei primeiro com meu técnico, o Floriano de Almeida, e com o pessoal da Confederação, depois que esta me fez o convite. Dependia de ouvir o que eles iriam propor. Para uma mudança como essa, precisaria de certas garantias, como a de que estarei nas grandes competições, como Grand Prix e Grand Slam, pois só assim atingiria a pontuação necessária. Eles me deram essa certeza.”

Teoricamente, Ketleyn teria problemas por subir de peso. Ela tem de aumentar o seu. Mas, por enquanto, vem lutando sem ter ganho um quilo sequer e os resultados foram bons. “Consegui dois quintos lugares nos Pan-Americanos do Uruguai e da Argentina. Não venci, mas já somei 80 pontos. A Mariana, a melhor brasileira do ranking, é a 24ª e tem 500 pontos. Vou devagar, mas sei que chegarei lá. Assim que começarem as disputas de copas, o GP e o Grand Slam, que valem de 100 pontos a 500 pontos, tenho certeza de que subirei bastante nesse ranking.

PROBLEMA O problema maior, por enquanto, segundo ela, é que precisa ganhar mais ritmo. “As meninas, as adversárias, são mais pesadas, o que significa que são mais difíceis de cair. Mas, nas duas competições de que participei, tive uma grande vantagem, o que me ajudou ao somar pontos. Enquanto elas são mais fortes, eu sou mais rápida e surpreendi algumas adversárias, que não estão acostumadas com o meu tipo de luta. Vou ter de ganhar peso, mas vou cuidar para não perder a velocidade.”

Ela vai além e diz que tem uma nova maneira de pensar. “Sei que agora só depende de mim. O fato de estar na mesma categoria da Mariana, minha companheira, transforma a disputa no que costumo chamar de “uma contra uma”. “Vai ser uma conta a outra, e que vença a melhor.”

Tags: judo ketleyn quadros