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Caçula do time em Toronto

Atleta do squash, mineira Giovana Veiga, de 16 anos, é a mais jovem representante verde-amarela na competição continental, que começa sexta-feira no Canadá

postado em 06/07/2015 09:12 / atualizado em 07/07/2015 18:14

Jair Amaral/EM/D.A Press
A atleta mais jovem da delegação brasileira que disputará os Jogos Pan-Americanos de Toronto’2015, de sexta-feira até o dia 26, é uma mineira. Giovana Veiga, de 16 anos, estudante do segundo ano do ensino médio do Colégio Magnum (Buritis), competirá no squash. Para conseguir a vaga, ela viveu uma verdadeira maratona, além da oposição de atletas da categoria adulto, que não queriam uma juvenil na equipe.

A história de Giovana no esporte começou cedo, ainda aos três anos. Ela ía para o clube acompanhando o pai, Daniel Pena, hoje presidente da Confederação Brasileira de Squash (CBS), que praticava o esporte, e o irmão, Pedro Veiga, que jogava tênis. “Eu ficava assistindo os dois, até que comecei a querer praticar squash. Tinha quatro anos.”

Só que por várias vezes, o esporte esteve por ser interrompido. “Primeiro, meu pai foi transferido para Curvelo. Lá não havia quadra, nem praticante do esporte. Foram seis meses sem jogar. Mas depois, ele foi mandado para Sete Lagoas. Aí sim, pude dar continuidade, pois lá havia uma quadra. Foram três anos e meio. Um professor de BH, o Vinícius, viajava três vezes por semana para treinar comigo. Depois, retornamos para a capital.”

Assim, a pequena Giovana pôde dar sequência ao squash. Veio a oportunidade de tentar uma vaga no Pan, que ela agarrou com unhas e dentes. “Eu tinha de ganhar a Seletiva Nacional Juvenil, que é a minha categoria. Uma vaga apenas era reservada para uma juvenil. Da mesma forma no masculino. Ganhei a disputa no somatório de pontos, pois foram vários torneios. Mas ainda tinha um problema, as jogadoras profissionais, que não aceitavam que uma jovem ficasse com uma das vagas.”

Giovana diz que a ficha ainda não caiu. “Não sei bem o que vai acontecer. Procuro não pensar nisso. Estou treinando muito.” Para chegar a Toronto – vai embarcar hoje –, ela conta que competiu no Pan-Americano da modalidade, no México, quando o Brasil ficou no terceiro lugar (o melhor resultado da história), além de participar de torneios no Paraguai, Colômbia, El Salvador e Chile. “Só conseguimos a vaga, porque ficamos em terceiro no México.”

A estudante conta que conhece algumas das adversárias, não todas. “No Pan do México, muita gente que estará em Toronto não foi. Vejo alguns vídeos, o que ajuda. Hoje, Canadá, EUA, México e Colômbia são os melhores das Américas. No Pan, numa chave estarão EUA e México, e na outra Brasil e Canadá, por causa do terceiro lugar no México. Teremos que jogar muito para conseguir chegar às semifinais.”

A vida de Giovana é difícil. Tem uma bolsa atleta, no valor de R$ 22 mil (anuais), que é para cobrir as viagens. “Só que o dinheiro não dá para muito. Quando ele acaba, dependo de meu pai e minha mãe. Mas de qualquer forma, é uma ajuda do governo que não podemos desprezar.

Autógrafos Estar nos Jogos Pan-Americanos, em Toronto será para ela a realização de um sonho. Quero ver se consigo ver jogos de vôlei, handebol e tênis, pelos quais sou apaixonada. Vou pedir autógrafos de meus ídolos. Mas estou chateada porque o Cesar Cielo não vai competir lá. Queria muito um autógrafo e tirar uma foto com ele.”

Fora do programa olímpico


As competições de squash nos Jogos Pan-Americanos Toronto’2015 serão realizadas no Centro de Exposições, entre sábado e dia 17. Haverá seis eventos, sendo três masculinos e três femininos, nas categorias individual, duplas e equipes. São oito seleções, no masculino e no feminino, divididas em duas chaves. As duas melhores de cada avançam às semifinais. O Brasil participa apenas no feminino, com cinco atletas, três no individual e duas nas duplas. É um dos oito esportes do Pan que não fazem parte do programa dos Jogos Olímpicos.

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