Vôlei

Sem bater continência

Dois sargentos do Exército estarão cara a cara no clássico de amanhã pela Superliga Masculina na Arena JK: Douglas Cordeiro, do Cruzeiro, e Anderson Rodrigues, do Minas

postado em 06/04/2012 08:49 / atualizado em 06/04/2012 11:28

ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A Press
Sentido! Direita, volver! Descansar! A semifinal mineira da Superliga Nacional Masculina de Vôlei, entre Cruzeiro e Minas – o segundo jogo da melhor de três a ser disputado amanhã, às 10h, Arena JK – vai colocar em lados opostos dois militares: os sargentos Douglas Cordeiro, do Cruzeiro, e Anderson Rodrigues, do Minas. Ambos integraram a Seleção Brasileira medalha de ouro nos Jogos Mundiais Militares Rio’2011.

Decisão à parte – vitória cruzeirense leva o time à final e dos minas-tenistas força um terceiro confronto –, eles lembram com emoção os momentos que viveram como integrantes do Exército brasileiro. Douglas conta que aprendeu muita coisa que jamais havia imaginado. “A gente fez, primeiro, o estágio básico de sargento temporário. Tem sigla para tudo, e decorar isso foi o mais difícil, mas a gente acaba se acostumando. O primeiro passo foi fazer continência. Essa foi a parte fácil.”

Entre o aprendizado no período de um ano de serviços, Douglas conta que começa pela teoria, mas que existem coisas mais importantes. “Aprender a hierarquia. O que você pode e não pode fazer e não deve falar, por exemplo. Você aprende os procedimentos de como se portar diante dos superiores, por exemplo na frente de um general.”

Lidar com armas fascinou o meio de rede, de 31 anos e 1,97m. “A gente aprende a atirar com fuzil, com e sem mira. Mas o que mais gostei foi aprender a cuidar das armas, como quando você atravessa um rio e é preciso enxugar e limpar, para que não emperre.”

Na visita à Academia Militar das Agulhas Negras, o treinamento considerado mais pesado, a parte física com corridas, longas caminhadas e transposição de obstáculos, foi desafio menor. “Essa foi a parte mais fácil, pois nós levávamos a vantagem de sermos atletas. Mas você faz tudo carregando seu fuzil e com uma mochila pesada. É um tipo de exercício interessante. Valeu!”

SIM, SENHOR

Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
Anderson confessa que queria ser militar. “Eu, quando era novo, sonhava ser militar. Mas por causa do esporte, do vôlei e do estudo, acabei não podendo ser voluntário. Queria mesmo servir e essa seleção acabou me proporcionando a realização de um sonho.”

“Sim, senhor”. Muitas vezes o ponteiro, de 37 anos, 1,90m, se pega respondendo até mesmo ao técnico Marcelo Fronckowiak da forma como respondia aos superiores. “A gente se acostuma.” Para ele, foi uma experiência nova e que o enche de orgulho. “Eu considero uma honra ter tido o privilégio de ter servido ao Exército brasileiro.”

Ele mostra que os estudos feitos lá dentro foram seu maior ganho. “A história do nosso Exército é muito bonita. As pessoas, de um modo geral, não têm ideia do tamanho do contingente do nosso Exército. Não é nada pequeno. Existem brigadas em toda a nossa fronteira. Os militares estão lá para nos proteger.”

Há histórias que ele aponta como “fascinantes”, de guerras, campanhas e ações de heroísmo. “E foi o esporte que me proporcionou essa experiência e a realização de um sonho.”

Pelo Superliga Feminina, Rio de Janeiro e Vôlei Futuro-SP se enfrentam às 21h de hoje no Maracanãzinho. O vencedor pegará o Osasco na final, no dia 14.

O EM VIU

Festa surpresa

Ao final do treino da manhã de ontem do time de vôlei masculino do Minas, uma surpresa para o meio de rede Henrique, que fez aniversário – completou 34 anos. A mulher, Úrsula, chegou com o filho do casal, Lucca, e uma sacola cheia de refrigerantes, salgadinhos e um bolo de chocolate. Depois de cantarem o Parabéns, todos carregaram o jogador. A reunião serviu para mostrar a união do grupo.