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Giba descarta ser treinador para evitar "fazer o que fez a vida inteira"

Giba fará parte de uma equipe de expoentes do esporte na preparação para 2016

postado em 04/08/2014 18:23

Gazeta Press

Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press
“Aprenda a fazer sorrindo para fazer sorrir quem sofre com você”, aconselha Giba, ícone da geração mais vitoriosa do vôlei brasileiro, poucos dias após anunciar aposentadoria do vôlei. Pouco antes de palestrar aos atletas brasileiros que estarão nos Jogos Olímpicos da Juventude, o ex-ponteiro preferiu deixar de lado os motivos que o levaram a parar e projetou nova carreira, agora fora das quadras.

“Estou fazendo cursos de marketing esportivo com o COB (Comitê Olímpico Brasileiro), trabalhando em projetos com eles e estudando para fazer uma parte mais administrativa do esporte”, revela. “Estou gostando bastante, então estou mais nessa área, penso em partir para esse lado. Como técnico eu faria o que fiz a vida inteira, então prefiro ficar do lado de cá agora”, revela o atleta, que finalizou o seminário de preparação voltado aos 97 competidores brasileiros que vão a Nanquim, na China, disputar os Jogos Olímpicos da Juventude.

“A aposentadoria veio em um momento no qual não posso perder o timingda continuação da minha vida. Já tive no lugar deles, na minha época não tinha Olimpíadas da Juventude, mas tinha campeonatos juvenis. É importante avisar para eles o que vão passar, o que vai acontecer”, explica Giba, que dá palestras tanto no âmbito esportivo quando no empresarial desde 2004 e foi escolhido pelo COB para passar suas experiências aos compatriotas mais jovens, que têm de 15 a 18 anos.

Dentro do plano que traçou para sua nova carreira, durante os próximos dois anos Giba fará parte de uma equipe de expoentes do esporte nacional. Mas desta vez sem vestir a camisa 7 da Seleção como esteve acostumado durante 17 anos. Fazendo parte de um time de atletas olímpicos, ele dará assistência ao time brasileiro que disputará as Olímpiadas do Rio, em 2016.

“Vacinado”, Giba aconselha foco – Com três medalhas olímpicas no currículo, o jogador recém-aposentado mostra-se preocupado com a desconcentração e lembra os raros fracassos vestindo amarelo para aconselhar os jovens atletas. “As duas únicas Ligas Mundiais que perdi jogando pela Seleção foi aqui no Brasil, porque o foco é outro”, alertou, aconselhando os competidores a ter atenção total no esporte durante as competições.

Questionado sobre os fatores que podem resultar nesta desconcentração, o ex-ponteiro da Seleção Brasileira diz enxergar a acomodação como maior risco. “Você já viu algum boxeador rico? Ninguém vai dar a cara a tapa se for rico”, concluiu, pedindo aos garotos que sigam seu próprio exemplo e partilhem da receita de sucesso que é doar o máximo de si ao defender o Brasil. “Afinal, são três finais olímpicas.”

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