Futebol Nacional

Didi de frente com Bibi, o filho que não criou

Gênio da 'folha seca' e bicampeão do mundo com a Seleção Brasileira teve o filho como adversário no Campeonato brasileiro de 1975

postado em 10/11/2011 08:30 / atualizado em 10/11/2011 11:16

Arquivo O Cruzeiro/EM/D.A. Press
A primeira rodada da segunda fase do Campeonato Brasileiro de 1975 reservou um duelo especial na partida entre Fluminense e Nacional de Manaus, no Maracanã, em 12 de novembro. O tricolor carioca era dirigido por Didi, o Gênio da Folha Seca, campeão mundial em 1958 e 1962. Na equipe amazonense jogava o armador Bibi, filho do craque e campeão brasileiro de 1971 pelo Atlético.

“Didi x Bibi: pai contra o filho no Maracanã, à noite” foi a manchete do Estado de Minas daquele dia. O texto destacava o encontro: “Pai e filho frente a frente, pela primeira vez, como adversários. O encontro entre Didi e Bibi é uma das sensações desta primeira rodada das finais da Copa Brasil (denominação oficial da época), hoje. Didi é técnico do Fluminense, um dos candidatos reais ao título, e Bibi é meia-armador do Nacional de Manaus, depois de haver sido revelado pelo Atlético. Bibi foi criado por Moacir Rodrigues e o considera seu verdadeiro pai. Didi é um estranho para ele”.

Adilson Pereira, o Bibi, era filho de Didi com sua primeira esposa, Maria Luíza do Espírito Santo, conhecida como Joinha. Namorados desde a adolescência, eles se casaram quando o jogador defendia o Madureira. Mas as brigas eram constantes por ciúmes e o craque abandonou a família depois que, segundo ele, quase foi queimado pela mulher. Joinha jogou querosene em Didi, enquanto ele dormia, e foi buscar a caixa de fósforos na cozinha. Por sorte, o jogador acordou com o cheiro forte e conseguiu fugir. Na época, o Príncipe Etíope, outro de seus apelidos, já conhecia a baiana Guiomar, que seria sua companheira até a morte, em 2001.

 

Bibi nasceu em 29 de dezembro de 1949, em Campos, e foi criado pelo ex-jogador de Vasco e Bangu e técnico Moacir Rodrigues, novo companheiro de sua mãe. Em 1962 e 1963, Moacir dirigiu o Pedro Leopoldo no Campeonato Mineiro e, na ocasião, Bibi começou sua carreira na cidade, no Estrela Futebol Clube. Depois foi para a base do Fluminense, mas voltou a Minas Gerais para jogar no Atlético, de 1967 a 1973, quando foi para o Nacional. Segundo o blog O Canto do Galo, disputou 104 partidas e marcou 14 gols com a camisa alvinegra. Além do título brasileiro, conquistou o Mineiro de 1970.

Goleada No jogo, o Fluminense goleou por 4 a 0, iniciando a campanha que o deixaria em primeiro lugar do Grupo A, enquanto o Nacional saía derrotado pela primeira das sete vezes naquela fase. Na semifinal, o time que ficaria famoso como “Máquina Tricolor” não passou pelo Internacional, ao passo que o Cruzeiro, segundo colocado, eliminou o Santa Cruz, para, na sequência, perder o título brasileiro para o Colorado.