Futebol Nacional

Cruzeiro goleia Atlético e escapa de rebaixamento inédito em grande estilo

Time celeste faz a sua parte, vence arquirrival por 6 a 1 e festeja com a torcida

postado em 04/12/2011 18:59 / atualizado em 04/12/2011 23:30

Jorge Gontijo/EM/D.A Press

A expectativa era de um clássico marcado pelo nervosismo. Uma só torcida presente, a do Cruzeiro, mandante, na Arena do Jacaré. E ainda a necessidade de vitória por parte do time azul, para se livrar de um rebaixamento que seria inédito na história do clube. Dentro de campo, porém, a previsão não foi confirmada. Os celestes se garantiram na Série A do Campeonato Brasileiro em grande estilo, com uma goleada de 6 a 1 sobre o Atlético, neste domingo, na última rodada.

Roger, Leandro Guerreiro, Anselmo Ramon, Fabrício, Wellington Paulista e Ortigoza marcaram os gols do Cruzeiro, que abriu 5 a 0 – 4 a 0 só no primeiro tempo. Réver fez o gol solitário do Atlético, que não atendeu aos pedidos da torcida para contribuir no rebaixamento do arquirrival e ainda, como castigo pela atuação fraca no clássico, ficou fora da Copa Sul-Americana.


O Cruzeiro chegou a 43 pontos, terminou em 16º lugar e nem precisou torcer por tropeços de Ceará e Atlético-PR. O time celeste fez a sua parte, levou a torcida ao delírio e evitou a queda para a Segunda Divisão. Já o Galo fechou a participação no Brasileiro com 45 pontos, em 15º, e viu a vaga na Sul-Americana escapar na última rodada – Atlético-GO e Bahia se classificaram.





O jogo

O Cruzeiro foi premiado pelo ótimo primeiro tempo, enquanto o Atlético pagou caro pela apatia. Com vontade de sobra e eficiência no ataque e na defesa, o time celeste dominou e fez por merecer uma grande vantagem. Mas o começo de jogo foi marcado pela rispidez em algumas disputas, até pela tensão envolvendo a partida, com a obrigatoriedade de triunfo dos cruzeirenses. Logo nos primeiros minutos, Charles acertou uma cotovelada em Pierre, na área alvinegra, que a arbitragem não viu.

Como esperado, a técnica passou longe do clássico. O vigor físico prevalecia, com muita correria das duas partes. O Cruzeiro levou vantagem por mostrar mais disposição, enquanto os atleticanos pecavam nos erros de passe e na marcação. O esquema do técnico Cuca, com Carlos César no meio-campo e Serginho na lateral direita não deu certo. Tanto que o setor ficou desguarnecido, principalmente no setor ofensivo, que vinha sendo um dos pontos fortes do Galo.

Mais presente no campo ofensivo, o Cruzeiro aproveitou ainda a falta de combatividade do meio-campo atleticano para abrir o placar, aos 8min. Anselmo Ramon fez grande jogada pela direita, driblou os dois marcadores e cruzou para Roger completar, no canto esquerdo de Renan Ribeiro: 1 a 0. Torcida azul em êxtase na Arena do Jacaré.

O Cruzeiro adotou uma estratégia que deu certo e foi perigo constante para o Galo: marcar forte no campo de defesa do adversário e sempre apostar em um homem aberto pelos lados. Já o Atlético não conseguia criar pelas laterais. Richarlyson e Bernard não funcionaram pela esquerda, enquanto o direito inexistiu. Serginho ficou muito preso no combate, enquanto Carlos César fechou muito pelo meio-campo.

Aos 28min, o Cruzeiro ampliou o placar e aliviou ainda mais a torcida, jogadores, comissão técnica e dirigentes. Roger cobrou falta pela esquerda e Leandro Guerreiro testou para as redes de Renan Ribeiro: 2 a 0. Foi o suficiente para o técnico Cuca, inconformado com a atuação de sua equipe, mexer pela primeira vez, logo aos 32. Ele desfez o esquema e retomou a antiga formação, com Magno Alves entrando na vaga de Serginho. Carlos César foi para a direita e Bernard para o meio.

 Jorge Gontijo/EM/D.A Press

Mas não deu tempo nem de avaliar se daria certo ou não. O Cruzeiro continuou pressionando, correndo e chegou ao terceiro gol, aos 33min. Wellington Paulista venceu Réver pela resistência, e cruzou rasteiro. Anselmo Ramon ganhou na disputa de corpo com Leonardo Silva e completou por entre as pernas de Renan Ribeiro: 3 a 0. Delírio nas cadeiras da Arena do Jacaré, vibração dos jogadores estrelados dentro de campo.

E o entusiasmo dos torcedores virou festa definitiva com o quarto gol, aos 45min. Fabrício arriscou de fora da área, a bola tocou em Richarlyson e saiu do alcance de Renan Ribeiro: 4 a 0. Depois desse lance, a preocupação com os demais resultados era algo passado. E o Bahia ainda ajudou os celestes, batendo o Ceará por 2 a 1, na primeira etapa, no Pituaçu.

Massacre maior

A segunda etapa começou e logo o jogo foi paralisado. Dois foguetes foram lançados em direção à área do Atlético, próximo a Renan Ribeiro. Depois que a segunda bomba foi atirada, o goleiro caiu reclamando de dor no ouvido. O árbitro Marcelo de Lima Henrique pediu atenção aos policiais nas cadeiras.

A partida foi reiniciada, mas o ritmo não era o mesmo do primeiro tempo. Só que o Atlético também não melhorou, o que deixou o Cruzeiro à vontade. E o time celeste aproveitou para ampliar a goleada, aos 11min. Roger, nome do clássico, fez grande jogada pela direita, driblou dois marcadores e cruzou na medida para Wellington Paulista completar de cabeça, encobrindo Renan Ribeiro. Leonardo Silva ainda tentou tirar, mas a bola ultrapassara a linha e o gol foi confirmado: 5 a 0.

O tom dramático que o clássico prometia deu lugar a um carnaval azul em Sete Lagoas, até pela facilidade com que o time celeste balançou as redes. Nem o gol de honra do Atlético, com Réver, aos 15, completando cruzamento de Leonardo Silva, diminuiu a comemoração. E a torcida ainda aproveitou a ocasião para ‘homenagear’ Cuca, gritando o nome do ex-treinador do Cruzeiro nas cadeiras. Werley, que entrara no lugar de Leonardo Silva (contundido), e Wellington Paulista se envolveram em confusão e acabaram expulsos.

Os celestes já comemoravam com a torcida, quando ainda fizeram o sexto gol e conquistaram um resultado histórico ante o arquirrival. Aos 43min, Ortigoza levou a melhor sobre Carlos César e finalizou. A bola ainda tocou em Everton e Réver antes de entrar. O gol foi confirmado para o atacante. A festa, que já estava completa, virou uma sensação de indescritível alegria celeste. Para os atleticanos, a decepção de não ter correspondido à expectativa dos torcedores.

CRUZEIRO 6 X 1 ATLÉTICO


Cruzeiro
Rafael; Leo, Naldo, Victorino e Diego Renan; Leandro Guerreiro, Fabrício, Charles (Farías) e Roger (Ortigoza); Anselmo Ramon (Everton) e Wellington Paulista
Técnico: Vágner Mancini

Atlético

Renan Ribeiro; Serginho (Magno Alves), Leonardo Silva (Werley), Réver e Richarlyson; Pierre, Fillipe Soutto, Carlos César e Daniel Carvalho; Bernard e André
Técnico: Cuca

Motivo: 38ª rodada do Campeonato Brasileiro
Local: Arena do Jacaré, em Sete Lagoas
Gols: Roger, 8, Leandro Guerreiro, 28, Anselmo Ramon, 33min do 1ºT; Wellington Paulista, 11, Réver, 15, Ortigoza, 43min do 2ºT
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (Fifa-RJ)
Assistentes: Carlos Berkenbrock (Fifa-SC) e Júlio César Rodrigues Santos (CBF-RS)
Cartões amarelos: Pierre, Richarlyson (ATL); Leandro Guerreiro, Roger (CRU)
Cartões vermelhos: Werley (ATL); Wellington Paulista (CRU)
Público: 18.500 pagantes
Renda: R$ 258.564,50