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Cruzeiro e Atlético levam pena branda no STJD e perdem um mando de campo no Brasileiro

Defesa dos clubes desqualificou arremesso de rojões entre as torcidas no clássico

postado em 01/10/2014 16:11 / atualizado em 01/10/2014 17:19

Luiz Martini /Superesportes

Daniela Lameira / Site STJD


ENQUETE: VOCÊ CONSIDERA JUSTA A PENA APLICADA AOS CLUBES?

Cruzeiro e Atlético conseguiram um resultado positivo em julgamento realizado nesta quarta-feira, em Primeira Instância, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Os clubes perderam um mando de campo no Campeonato Brasileiro e foram multados em R$ 50 mil. Pelo cenário desenhado antes do julgamento, a pena aplicada aos clubes pode ser considerada branda. Os rivais jogarão uma partida longe do Mineirão e Independência, mas sem portões fechados. O regulamento prevê que eles mandem o jogo a mais de 100 quilômetros de Belo Horizonte

Durante a sessão no Tribunal, Cruzeiro e Atlético contaram com as palavras de seus presidentes, Gilvan de Pinho Tavares e Alexandre Kalil, respectivamente. Ambos tiveram argumentações semelhantes e culparam a Polícia Militar pelas falhas de segurança no clássico do dia 21 de setembro. A defesa feita pelos advogados Theotonio Chermont de Brito (Raposa) e João Avelar (Galo) conseguiu desqualificar o arremesso de rojões e os clubes responderam pela desordem e arremesso de cadeiras.

Com o resultado, o Cruzeiro cumprirá a pena diante do Palmeiras. O clube poderá enfrentar Internacional e Corinthians no Gigante da Pampulha, pois o prazo de 10 dias para o início da punição dá essa condição. O Atlético terá que jogar fora do Horto ante o São Paulo, já que o jogo está marcado para daqui 11 dias. Como o Alvinegro já vende ingressos para a partida, pode tentar mudar a pena para outro confronto, apesar de o regulamento da CBF não dar essa garantia. Essa exceção foi concedida à Raposa em 2013, quando enfrentou o Grêmio no Mineirão, e cumpriu a pena contra a Ponte Preta, posteriormente.

A decisão não é definitiva e a Procuradoria ou os próprios clubes podem recorrer. Essa não foi a primeira vez que os arquirrivais mineiros foram ao banco dos réus por atos de violência entre seus torcedores. As próprias facções organizadas dos clubes têm histórico de brigar entre si.


Detalhes do julgamento


A Procuradoria levou vídeos para mostrar os problemas causados com as bombas no clássico e a depredação e arremessos de cadeiras. Após a exibição, os advogados de Cruzeiro e Atlético pediram para a sessão ser interrompida por alguns minutos, enquanto ambos construíam o processo de defesa.

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"Já fui ameaçado de morte, minha esposa foi ameaçada, precisei trocar de número de celular, telefone, mas consegui superar isso. É arriscado colocar 10% de torcedores no clássico. Por isso não pedimos nossa parte quanto o Atlético é mandante. E o presidente do Atlético já falou que não vai requerer mais. Eles não fazem nenhum bem. Essa atitude da torcida (brigas no clássico e provocações), eu vejo como retaliação a essa medida da diretoria”, disse Gilvan.

Encerrado o depoimento de Gilvan, Alexandre Kalil, do Atlético, ganhou a vez para comentar os problemas ocorridos no dia 21 de setembro, no Mineirão. O mandatário alvinegro ratificou que não pedirá mais ingressos de visitante no clássico, e ainda criticou a medida da CBF em limitar o número de crianças em campo nos jogos do Brasileiro, enquanto integrantes de algumas organizadas abusam do histórico de atos violentos.

"Eu não quero mais a cota de ingresso de visitante. Quem se sujeita a ir pra um estádio com 50 mil cruzeirenses, não está indo para um estádio de futebol. Eu não fui ao último Atlético e Cruzeiro e nem os meus três filhos. Eu proibi. Quem está disposto a enfrentar isso, não são torcedores. Eles não soltam só bombam não, mas fumam maconha, usam crack. Mas as crianças é que são impedidas de entrar com jogadores. As organizadas continuam lá. Isso é que eu não entendo", declarou o dirigente.

Pontos em comum nas explanações dos cartolas de Cruzeiro e Atlético foram relacionados à Polícia Militar. Para ambos, os clubes não podem ser responsabilizados por falhas na segurança do clássico. João Avelar (Galo) e Theotonio Chermont (Cruzeiro) de Brito foram os advogados que atuaram na defesa das equipes mineiras.

O Procurador Rafael Vanzim desqualificou as alegações dos dirigentes sobre a PM, e pediu a aplicação do Artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. "Jogar a culpa no policiamento é um absurdo. Os clubes têm a obrigação de prevenir e reprimir. Requeremos a condenação, duas vezes, no Artigo 213".

Decisão dos auditores


O primeiro voto foi do relator do processo, Gustavo Teixeira. Ele pediu perda de um mando de campo para cada clube e multa de R$ 50 mil. O auditor Luis Felipe Procópio de Carvalho não considerou que a pena de mando de campo fosse justa, e pediu apenas multa de R$ 100 mil. O outro auditor presente, Fabrício Dazzi, seguiu o relator e a pena ficou fixada em um jogo, mais multa de R$ 50 mil.

Apenas três auditores participaram do julgamento de Cruzeiro e Atlético no STJD. Esse é o quórum mínimo para a realização da sessão. O auditor Ivaney Caires não compareceu por problemas de saúde e Francisco Pessanha Filho se autoimpugnou por ter uma ação na Justiça contra o Cruzeiro.

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