Futebol Nacional

GIGANTE DA PAMPULHA

Ingresso do Atlético no Mineirão chega a ser seis vezes mais barato do que bilhete do Cruzeiro

Em um mesmo setor, cruzeirenses pagam até R$ 170, ao passo que atleticanos pagam R$ 50 e ainda ganham outro bilhete - ou seja, cada um sai a R$ 25

postado em 24/06/2015 14:30 / atualizado em 25/06/2015 12:03

As manhãs de domingo de futebol na Pampulha podem ter pesos diferentes nos bolsos de atleticanos e cruzeirenses. Os ingressos do Galo chegam a ser até quase seis vezes mais baratos que os praticados pela Raposa. A comparação é feita usando como parâmetro partidas dos clubes mineiros no horário das 11h, em jogos no Mineirão (Cruzeiro x Chapecoense e Atlético x Joinville). Há diferença entre os valores dos bilhetes alvinegros e celestes em quase todos os setores - as exceções são os bilhetes de R$ 50 para os não sócios nos setores amarelo inferior e laranja inferior, que ficam atrás dos gols.

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Os ingressos para jogos da Raposa no Mineirão, em qualquer horário, custam entre R$ 50 e R$ 170 – cadeiras vips e camarotes são mais caros e não estão contabilizados. Esse foi o preço praticado também no último jogo do clube celeste no Gigante da Pampulha, contra a Chapecoense, quando foi derrotado por 1 a 0. O clube chegou a fazer uma promoção para sócios antes do início do Brasileiro, vendendo o setor mais barato a R$ 100 para os cinco primeiros jogos (dessa forma, cada partida saiu a R$ 20).

Já o Atlético, que manda a maioria dos jogos no Independência, fechou parceria pontual com a Minas Arena para o confronto contra o Joinville, neste domingo, pela 9ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Galo terá preço único de R$ 50 para todos os setores, incluindo as áreas corporativas, que custam R$ 150  e R$ 170 para os cruzeirenses.

A maior diferença de investimento fica para os sócios. O associado do programa Galo na Veia da modalidade Prata compra um bilhete e ganha outro para o mesmo setor – ou seja, cada um sai a R$ 25. No caso do cruzeirense, o sócio nem sequer tem a opção de comprar bilhete para os espaços da Minas Arena, portanto, não há descontos nem benefícios. O bilhete para o cruzeirense no setor roxo inferior, portanto, sai a R$ 170. Uma diferença de 580%.

Na categoria de sócio em que o torcedor de ambos os clubes já têm entradas asseguradas, apenas o atleticano tem o benefício de levar um acopanhante gratuitamente, nesse jogo contra o Joinville. 

EM DA PRESS
Para o torcedor comum, a diferença pode até não existir - mas isso para os primeiros da fila. Os setores mais baratos do Cruzeiro (amarelo inferior e laranja inferior), contudo, são esgotados rapidamente pelos associados e sobram poucas unidades para as bilheterias. As opções são outros setores mais caros R$ 80, R$ 100, R$ 120, R$ 130, R$ 150 e R$ 170.

Vale ressaltar que em jogos no Independência o Atlético pratica as mesmas faixas de preço do Cruzeiro: R$ 50, R$ 80 e R$ 100. Eventualmente, o clube alvinegro realiza promoções. Por sua vez, a Raposa mantém o valor dos ingressos para todos os jogos.

Na partida contra a Chapecoense, no último domingo, mais de 33 mil pagantes cruzeirenses foram ao Mineirão, pela manhã. A renda foi de R$ 1.743.925,99. A promessa é de casa cheia também para a partida do Galo contra o Joinville. Dois setores já estão esgotados: vermelho inferior e roxo inferior.

SORAIA PIVA / ESTADO DE MINAS


Atlético e Minas Arena

Sob a direção do presidente Daniel Nepomuceno, sempre quando mandou seus jogos no Gigante da Pampulha, o Galo vende ingressos a preços promocionais. Na final do Campeonato Mineiro, quando enfrentou a Caldense, a diretoria do Atlético comercializou bilhetes de R$ 30 a R$ 60.

Mesmo não tendo vínculo contratual com a Minas Arena, o Galo costura acordos que incluem os setores vermelho inferior e roxo inferior. Em jogos do clube celeste, esses mesmos setores são negociados pela própria administradora obrigatoriamente a preços mais elevados do que os praticados pela Raposa em outros locais do estádio. A cúpula celeste usa desta estratégia para comercializar seus ingressos e não criar uma competição com os setores pertencentes à administradora.

Cruzeiro x Minas Arena

A situação do Cruzeiro com a Minas Arena é marcada por desentendimentos. O último deles é uma suposta dívida do clube celeste com a administradora. No começo do ano, a empresa divulgou seu balanço financeiro referente ao ano de 2014 com débito de R$ 5.535,00 milhões a receber da Raposa. O valor corresponde a gastos operacionais, como taxas de segurança, água, luz e pagamento de funcionários para dar suporte ao torcedor. A diretoria celeste, contudo, contestou a dívida, baseando-se em uma cláusula do contrato que dá ao Cruzeiro as mesmas vantagens concedidas a outros clubes. No caso, o Atlético disputou a final da Libertadores sem pagar despesas e a Raposa passou a usufruir da mesma condição. As partes negociam nos bastidores essa pendência.

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