CLÁSSICO

Torcedores do Atlético invadem bilheteria norte do Mineirão e causam grande confusão

Desorganização marca venda para torcedores do clube alvinegro

postado em 30/03/2017 12:08 / atualizado em 30/03/2017 14:03

RAMON LISBOA / EM DA PRESS


A venda física de ingressos para o clássico entre Cruzeiro e Atlético por pouco não acaba em tragédia na manhã desta quinta-feira. Por volta das 11h10 da manhã, um grupo de atleticanos invadiu a Bilheteria Norte do Mineirão, aproveitando-se das falhas na segurança. A Polícia Militar, que até então observava tudo à distância, teve de intervir e se não houvesse boa vontade de ambas as partes, a confusão poderia ter deixado pessoas feridas.

“Os seguranças estão deixando os cambistas atuarem à vontade, é um absurdo, eles estão com medo. E você liga para a PM e eles dizem que não podem intervir, pois é um evento privado. Mas estamos todos na rua, merecemos a proteção”, afirmou o vendedor José Carlos da Silva, de 33 anos, que saiu correndo quando as grades foram rompidas.



Segundo a estudante Bárbara Campos, de 23 anos, que chegou à fila ao lado da mãe às 6h, estava tudo tranquilo até as 10h, quando as bilheterias foram abertas. “A partir daí, os cambistas tomaram conta, furaram fila, passaram por cima de todo mundo”, disse.

Ela estava acompanhada da mãe, a professora Tânia Braga, de 44, e, depois de muita persistência, saiu com os sonhados bilhetes. “Só estou aqui porque a escola em que trabalho está em greve”, justificou Tânia, que agora vai controlar a ansiedade até o momento da partida, marcada para sábado às 16h. “Vale o sacrifício pelo Galo.”

A Minas Arena se eximiu de culpa no caso. A concessionária que administra o Mineirão alegou que a segurança é responsabilidade dos clubes e que apenas cede espaço para a venda de ingressos. A assessoria de comunicação do Atlético afirma que, no caso do clássico deste sábado, o Cruzeiro ficou responsável pela segurança durante a comercialização dos bilhetes.

"Para que fique bem claro, na reunião do clássico ficou definido que a venda dos ingressos seria por conta do time mandante. O Atlético não recebeu ingressos, não participa da logística de venda e não tem ninguém envolvido nesta venda", informou a assessoria alvinegra.

Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação do Cruzeiro alegou que, segundo relato de pessoas que trabalhavam na segurança do local, torcedores tentaram comprar ingressos de meia-entrada sem apresentar a documentação exigida, o que teria gerado tumulto na bilheteria. O clube afirma ainda que, após o ocorrido, aumentou o número de guichês abertos de 10 para 14, solicitou o auxílio da Polícia Militar e ampliou o efetivo de seguranças particulares.

Já na Bilheteria Sul, onde era tendida a torcida do Cruzeiro, imperou a tranquilidade. Muita gente também esteve na fila desde as primeiras horas da manhã, mas quem chegou mais tarde não teve problema para comprar a entrada.

“Cheguei às 9h e foi tudo tranquilo, bem organizado”, disse o operador de máquinas Rafael da Silva Martins, de 26 anos, que deixou o Gigante da Pampulha pouco antes das 11h.

BOLETO DA DISCÓRDIA


O que uniu cruzeirenses e atleticanos foi a insatisfação com a não aceitação da carteira de estudante para pagar meia-entrada. Foi exigido também o boleto da mensalidade quitado, no caso de alunos de escolas particulares, ou a declaração de frequência, para os das instituições públicas.

O que também congrega os rivais é a confiança na vitória neste sábado. "Clássico é o momento ideal para reerguer. Mesmo com os desfalques e o o Atlético completo, estou confiante. Agora é a hora de reagir", afirmou o cruzeirense Rafael. "Chegou a hora de voltar a vencer o clássico", declarou o estudante atleticano Marcelo Costa, de 17.





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