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Corinthians alcança melhor aproveitamento dos pontos corridos até a 10ª rodada

Escrita indica que, na maioria das vezes, o campeão não era líder

postado em 26/06/2017 18:30 / atualizado em 26/06/2017 21:12

Daniel Augusto Jr./Corinthians
Dez rodadas talvez não sejam a síntese do que reserva o Campeonato Brasileiro a um time. Se permanecer a escrita da era dos pontos corridos, há 65% de chance de os concorrentes, incluindo Cruzeiro e Atlético, superarem o líder, Corinthians. Se cair a escrita, a equipe paulista repetiria o que ela (em 2011), Cruzeiro (2003 e 2014), Fluminense (2010) e Palmeiras (2016) conseguiram: estar na ponta depois de 30 pontos disputados e chegar ao título até dezembro.

Em seu desafio, o Corinthians de Fábio Carille, mais do que liderar, assegurou até agora o melhor aproveitamento desde 2003 em 10 partidas: 86,7%, o que só o Corinthians dirigido por Tite alcançou há seis anos. Porém, em 14 edições só cinco times que estavam na posição nesta fase do torneio foram campeãs. Precavido, o próprio Carille vê o Timão fortalecido depois de vencer o Grêmio em Porto Alegre no fim de semana e se isolar na dianteira, mas diz que é cedo para falar em título.


E admite surpresa com a pontuação obtida: “Conseguimos pontos acima do esperado. De 30 pontos, conseguir 26 é muito difícil”. Ele projeta possíveis oscilações à frente. “Tem muita coisa para acontecer. É muito cedo para falar sobre qualquer coisa. Num Brasileiro você consegue quatro vitórias, faz 12 pontos seguidos e dispara. Temos de chegar embolados nas últimas oito, 10 rodadas”, analisa.

Melhor visitante da competição, o Corinthians alcançou o 23º jogo consecutivo sem derrotas na temporada. O treinador prefere evitar badalações. Ele e o grupo passaram de um período de contestação e questionamento ao reconhecimento, tendo conquistado o Campeonato Paulista depois de serem apontados como “quarta força” do estado, teoricamente atrás de Palmeiras, Santos e São Paulo. “Fomos muito criticados no começo. Com os pés no chão, humildade e continuando com nosso trabalho. Agora, que pode ter empolgação vamos fazer o quê? Ficar fechadinhos, seguindo nossas ideias”.

O que explica tal performance é uma rigidez tática severa, em que cada jogador tem funções individuais e coletivas bem traçadas. São poucos os chamados medalhões (o goleiro Cássio, o armador Jadson e o centroavante Jô) e o “futebol operário” trata de unir a eficiência no plano tático a um padrão competitivo. No Itaquerão ou fora de casa, o esquema é praticamente o mesmo. Uma formação fechada, em que todos marcam e em que o contra-ataque é uma arma mortal.

Jogando assim, o empate com a Chapecoense na primeira rodada foi o ponto fora da curva. Em seus domínios venceu todos os outros adversários, incluindo os clássicos com Santos e São Paulo e o duelo com Cruzeiro e Bahia. Longe de seus domínios, repetiu o desempenho: quatro triunfos (Vitória, Atlético-GO, Vasco e Grêmio) e um empate, com o Coritiba.

Se Carille tentava manter a equipe longe dos holofotes, não há mais como fazê-lo. Faltando 28 rodadas para o final, passados 26% da disputa, o mantra entre os rivais com potencial é um só: todos à caça do Corinthians.

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