Futebol Internacional

Após bater recorde de César Rodrigues, Messi pode quebrar marca de um filipino

Argentino é o maior artilheiro do Barcelona com gols em jogos oficiais, mas ainda precisa ultrapassar o filipino Alcântara para ser o maior somando amistosos e jogos não-oficiais

postado em 21/03/2012 08:38 / atualizado em 21/03/2012 09:41

REUTERS/Albert Gea
Os números não resistem ao talento de Lionel Messi. Com três gols ontem na vitória por 5 a 3 sobre o Granada, no Nou Camp, pela 28ª rodada do Campeonato Espanhol, o melhor jogador do mundo tornou-se o maior artilheiro da história do Barcelona em partidas oficiais. Com 234 gols em 314 jogos, superou César Rodríguez (232), que atuou 40 vezes a menos.

O argentino, no entanto, ainda está distante do recorde absoluto de gols do time catalão, incluindo amistosos. Com 369 em 357 jogos, entre 1912 e 1927, o filipino naturalizado espanhol Paulino Alcântara é o maior artilheiro do clube. Incluindo partidas não oficiais, Messi balançou a rede 253 vezes. Anteriormente, as estatísticas do Barça apontavam César Rodríguez, que atuou entre 1942 e 1955, com 235 gols, mas uma recontagem, divulgada segunda-feira, estabeleceu esse número em 232.

Outra marca alcançada por Messi, aos 24 anos, foi a de maior artilheiro em uma temporada na Espanha. Com 54 gols, supera o próprio desempenho de 2010/2011 (53). Com os três de ontem, chegou a 34 e roubou, pelo menos provisoriamente, a artilharia da atual edição do português Cristiano Ronaldo (32). O argentino é o goleador também da Liga dos Campeões (12).

O craque iniciou o jogo de ontem como garçom, outra de suas especialidades. Logo aos 4min, recebeu cruzamento na área e, de cabeça, ajeitou para Xavi pegar de primeira e fazer bonito gol. Aos 17min, o 10 azul-grená igualou-se a César Rodríguez ao chutar cruzado da meia direita. A bola, rasteira, entrou sem chances de defesa para o brasileiro Júlio César (ex-Botafogo).

O Granada tentou estragar a festa catalã e conseguiu empatar no segundo tempo, com Mainz e o brasileiro Guilherme Siqueira, em pênalti cometido por Daniel Alves. Apenas seis minutos depois, Messi voltaria a mostrar que a festa seria mesmo dele. Em preciso passe de Daniel Alves nas costas da zaga, o argentino dominou na área e encobriu Júlio César.

O recorde já estava garantido, mas o craque queria mais. Aos 38min, recebeu de Xavi e chutou. O goleiro deu rebote para Tello fazer o quarto. O quinto seria do argentino. Em mais uma boa assistência de Daniel Alves, ele recebeu na área, deixou o goleiro no chão e marcou outro golaço. No fim, o lateral brasileiro cometeu seu segundo pênalti e foi expulso. Siqueira deu uma cavadinha e enganou Valdés para fechar o placar.

COADJUVANTES Surpreendido pelo Málaga na rodada passada (empate por 1 a 1, em casa), o Real Madrid (líder, com 71 pontos, cinco a mais do que o Barça) tenta se recuperar hoje, diante do Villarreal, fora. A equipe da casa faz péssima campanha, com apenas 27 pontos, e demitiu segunda-feira o técnico José Francisco Molina, depois da quinta derrota seguida. Miguel Angel Lotina assumiu para tentar salvar o Submarino Amarelo do naufrágio. Outros jogos: Valencia x Zaragoza, Atlético de Madrid x Athletic Bilbao, Sporting Gijón x Mallorca e Real Sociedad x Levante. Amanhã: Racing Santander x Sevilla, Betis x Espanyol e Málaga x Rayo Vallecano. Ontem: Osasuna 0 x 0 Getafe.

MEMÓRIA Depois de se tornar o maior artilheiro da história do Barcelona em jogos oficiais, superando César Rodríguez, Messi vai em busca de outro recorde: superar o maior goleador azul-grená, Paulino Alcântara, que fez 369 gols em 357 jogos entre 1912 e 1927, somando amistosos e jogos não-oficiais. Nascido em Iloilo (Filipinas), em 1896, filho de uma nativa com um soldado espanhol, Paulino se mudou para a Espanha em 1910 e ingressou no Barcelona dois anos depois, aos 15 anos. Marcou seus três primeiros gols logo na estreia (vitória por 9 a 0 sobre o Catalá). Em 1916, voltou a Manilla para estudar medicina e chegou a defender a seleção local. Em 1919, depois de se curar de malária, regressou ao Barcelona, onde jogou inicialmente de zagueiro, mas logo retomou a posição habitual no ataque. Até a aposentadoria, em junho de 1927, conquistou cinco vezes o Campeonato Espanhol e 10 o Campeonato da Catalunha. Foi diretor do Barça entre 1931 e 1934 e fez parte da comissão técnica da Seleção Espanhola na década de 1950. Morreu em 13 de fevereiro de 1964, em Barcelona.