A primeira com os Gallos

Ronaldinho Gaúcho deverá vestir a camisa azul e preta do Querétaro-MEX em campo hoje, diante do Tigres, pela Copa do México. Aguardada para semana passada, a estreia acabou adiada em função do atraso da chegada do armador ao país, o que só ocorreu na sexta-feira. O jogador não se mostrou incomodado com a ofensa racista que sofreu e se limitou a rir do episódio junto aos companheiros no Centro Gallo de Alto Rendimiento. Enquanto isso, o Chivas – próximo rival dos Gallos Blancos no Apertura’2014, no domingo –, aumentou os preços dos ingressos.

Ainda que não jogue os 90 minutos hoje, R49 é cotado como opção ao técnico Ignacio Ambriz. A participação do ex-jogador do Atlético é confirmada para a partida diante do Chivas. A equipe de Guadalajara aproveitou a presença do ídolo mundial no Estádio Omnilife para cobrar 150 pesos mexicanos (R$ 26,54) por um ingresso, 25% a mais que o valor normalmente cobrado.

Chamado de macaco pelo político mexicano Carlos Manuel Treviño Núñez na rede social Facebook, Ronaldinho ignorou o ocorrido, segundo o lateral Yasser Corona. “Treinávamos com Dinho e ele somente riu. (Disse) que já havia passado por experiência como essa em outras partes do mundo e que não dá nada. Levou da melhor maneira possível”, afirmou Corona. O lateral e novo colega do brasileiro é apontado pela imprensa mexicana como o responsável pelo relançamento da campanha “Somos todos macacos”, em solidariedade a Ronaldinho, no Twitter. Corona e usuários protestaram usando a hashtag #SomosTodosMacacos# e a equivalente em espanhol TodosSomosSimios. A campanha foi originalmente criada por Neymar e uma agência de publicidade depois que o jogador do Barcelona Daniel Alves comeu uma banana jogada em campo por torcedores.

O Conselho Nacional para Prevenir a Discriminação (Conapred), órgão oficial do governo mexicano antidiscriminação, declarou ontem que abriu investigação para apurar a responsabilidade criminal de Núñez no caso. O crime de racismo pode ser punido com prisão em território mexicano.

Em entrevista a uma TV local, Núñez negou que seja racista, disse que a declaração não foi planejada (mas fruto de um momento de irritação) e acrescentou que a polêmica afetou sua família de forma profunda. “Posso assegurar com toda certeza: racista, jamais; intolerante, sim. Foi um momento difícil para mim. Fui muito intolerante e reconheço”, justificou.

RESTRIÇÃO O Grêmio restringiu a venda de ingressos na arquibancada norte da Arena do Grêmio para a internet, no duelo contra o Santos amanhã, como forma de conter novos atos de injúria racial – depois que o goleiro Aranha foi chamado de macaco na partida de ida pela Copa do Brasil, em 28 de agosto, no que resultou na eliminação do tricolor gaúcho da competição. Além de cancelar a venda dos tíquetes nas bilheterias físicas, o clube gaúcho reduziu a quantidade de entradas por torcedor para uma. Antes, com um CPF, cada um podia comprar até quatro bilhetes. “Estamos nos acercando de maiores cuidados. Não dá certeza de nada, mas melhora a identificação”, declarou o assessor para assuntos de torcida do Grêmio, Lauro Noguez. O ingresso para o setor é o mais barato do estádio gremista: custa R$ 30.