Futebol Internacional

ESCÂNDALO

Lei sancionada no Paraguai em 1997 blinda Conmebol de investigações em seus bens

Entidade seria um provável alvo já que ex-dirigentes estão envolvidos

postado em 29/05/2015 14:43 / atualizado em 29/05/2015 14:49

AFP PHOTO/NORBERTO DUARTE




Nesta sexta-feira, um decreto de lei assinado em 19 de junho de 1997 em Assunção, capital do Paraguai, tornou-se de conhecimento público e colocou em xeque a imagem da Conmebol, entidade responsável por coordenar o futebol sul-americano. No documento, fica explícito que a sede da instituição, na cidade de Luque, não pode ser investigada, assim como seus bens, arquivos e documentos.

Assinada durante o mandato do presidente paraguaio Juan Carlos Wasmony, a lei que rege a inviolabilidade do espaço e dos documentos da principal instituição do futebol sul-americano impede, por exemplo, que as forças policiais do FBI – que coordenam, em primeira instância, as investigações sobre a corrupção dos 14 dirigentes e empresários – adentrem a Conmebol para esmiuçar as investigações.

A entidade seria um provável alvo dos investigadores já que o ex-vice presidente da entidade, Eugenio Figueredo, e o ex-presidente Nicoláz Leóz estão envolvidos no escândalo de desvio de verbas. Figueredo, que estava na Suíça para participar do congresso da Fifa, na última quinta, foi um dos sete detidos pela polícia. Já Leóz, com problemas de saúde, segue internado no Paraguai.

Na última quarta-feira, a ação coordenada pela Justiça Americana, em conjunto com a polícia suíça, resultou na prisão de sete dirigentes ligados à Fifa, e abriu investigações na Concacaf e na CBF, mediante a união de forças do FBI com outras instâncias da polícia norte-americana, no caso da Concacaf, e com a Polícia Federal, no caso brasileiro.

REVOGAÇÃO

Nesta sexta-feira, o deputado paraguaio Hugo Rabín apresentou um projeto para revogar a lei sancionada em 1997, que protege a Conmebol de qualquer investigação com relação a documentos e arquivos. “É impossível que siga existindo blindagens para a corrupção, para a proteção dos delitos econômicos em grande escala e de organizações criminosas”, protestou.

O constitucionalista José Casañas Levy qualificou a lei com uma “barbaridade”, além de ser uma “trapaça” para com as organizações internacionais, reforçando a necessidade de revogar a medida e iniciar as investigações na principal entidade responsável pelo futebol da América do Sul.

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