Cinco jogos em casa, cinco estrelas na camisa, cinco vitórias para o título

Este fim de ano está muito animado. Estamos com chances novamente de ser bicampeões brasileiros no mesmo ano, igual a 2003. Mas agora tem uma diferença muito grande. Os dois campeonatos estão terminando no fim da temporada. Sou daqueles que preferem escolher qual ganhar a correr o risco de perder os dois.

Apesar de acreditar que voltaríamos a vencer em breve, a demora já estava começando a preocupar. Às vezes, ficamos ligados no que acontece dentro de campo, mas em alguns momentos é importante notar o que ocorre fora das quatro linhas. Na comemoração do único gol da partida contra o Vitória, todo o banco de reservas abraçou o nosso zagueiro-artilheiro como prova de apoio e compreensão dos erros recentes. Já falei muito sobre Dedé aqui na coluna e acho desnecessário repetir que gosto dele, mas não entendo pra que tanta ansiedade nos lances.

No ano passado, conquistamos matematicamente o título num jogo contra o rubro-negro baiano. Acredito que a vitória no domingo foi o marco da retomada da confiança e, consequentemente, a volta dos bons resultados. Para reforçar o que escrevo, parece que Marcelo Oliveira terá Ricardo Goulart e Júlio Baptista à disposição amanhã, contra o Palmeiras.

Talvez alguns cruzeirenses fiquem chateados comigo, mas essa história de disputar dois títulos no fim da temporada é desgastante demais. Já fiz a minha escolha. Prefiro que o time fique mais dedicado ao Campeonato Brasileiro. Já temos quatro Copas do Brasil, além de já estar praticamente classificados para a Libertadores.

Lógico que vou torcer como nunca para ganhar as duas competições, mas, se tiver de fazer uma escolha, não terei duvida. Já imaginaram, porém, ganhar mais um título neste ano em cima da turma do Bairro de Lourdes? Seria delicioso.

O jogo de domingo foi marcado por lances duvidosos, que atrapalharam muito o nosso time. Mas até a conquista do título teremos outras situações como essa. Como no ano passado, os matemáticos estão dando mais de 90% de chances de sermos campeões. Basta ganharmos todos os jogos em casa para pegar a taça. Aí é que entra a torcida para fazer a diferença.

Só espero que a CBF tenha bom senso na próxima convocação, que sai na quinta-feira. Nunca imaginei pedir uma coisa assim. Parece até ilógico. Que me desculpem os outros clubes, mas competência e regularidade não se encontram na prateleira do supermercado ou se adquire com berros e piadas homofóbicas. Temos de cuidar de todos os detalhes nesta reta final. Qualquer descuido pode trazer de volta as manchetes que pregam por um campeonato mais equilibrado.

Cinco vitórias. É do que precisamos. Se as pernas já estão mostrando o cansaço do fim de ano, temos de usar o coração e a raça para conquistar os triunfos. Falta pouco, mas ainda não ganhamos nada.