DA ARQUIBANCADA

Coleção de camisas

O time acordou. Chegou a nossa hora.

postado em 26/05/2015 12:00 / atualizado em 25/05/2015 18:12

AFP PHOTO / JUAN MABROMATA


– Alo, é da loja de esportes?

– Sim, do que você precisa?

– Vocês têm camisa da Seleção do Peru?

– Não, ninguém pede essa camisa.

– É que estou com vergonha de pedir uma do River Plate, e elas são muito parecidas.

A semana já começou deste jeito. A turma do outro lado da lagoa está querendo adquirir mais uma camisa para sua vasta coleção, que já tem a do Borussia Dortmund, do Estudiantes e do Bayern. Não entendo esse tipo de carinho conosco. Nunca vi na nossa torcida uma camisa do Raja ou um turbante, em homenagem ao desastre marroquino. Mas tenho certeza de que desta vez eles vão ter de esperar bastante. Amanhã, vamos carimbar a nossa classificação.

O jogo da semana passada em Buenos Aires mostrou que as cinco estrelas na camisa devem ser respeitadas. Uma bela partida, num estádio completamente lotado, sem brigas, sem gás de pimenta e sem pontapés. É assim que deve ser um torneio dessa importância. Essa vitória fora de casa nos deu várias manchetes em muitos países e comentários respeitosos, ao ponto de sermos apontados como candidatos ao título.

O time acordou. Chegou a nossa hora. O nosso retrospecto contra o River é amplamente favorável. Já ganhamos dois títulos contra eles e em mata-matas temos ótimos números. Somos o único time a ganhar de River e Boca Juniors em seus estádios pela Libertadores. Amanhã é dia de casa cheia, e gostaria que a nossa torcida pudesse fazer um espetáculo como vemos em alguns estádios, com aquelas faixas que cruzam as arquibancadas. Será que é possível?

Já passou da hora de atualizar o nosso hino e mudar a expressão “nos gramados de Minas Gerais” para “gramados internacionais”. Esse é o nosso destino, e tenho certeza de que o título não está longe.

Esta semana estou com o Cruzeiro dos pés à cabeça. No sábado, o time do Skank fez uma partida na Toca da Raposa II, e tive a oportunidade de estar em campo com alguns jogadores que vestiram a camisa estrelada e a da Seleção Brasileira. Estavam lá Cláudio Caçapa, Clebão, Ricardinho, Geovanni e Marcos Paulo. Imagino que vários torcedores gostariam de fazer o mesmo. No próximo sábado tem Skank na 30ª edição do Churrascão do Cruzeiro, na sede campestre, com muito orgulho. No meio desses dois eventos, estarei no Mineirão amanhã para ver de perto a nossa classificação. O que mais posso querer?

Fiquei devendo na semana passada a história do título cruzeirense que desapareceu. O Mineiro de 1926 foi a nossa primeira conquista. Foi obtido em final contra o Grêmio, com artigo publicado no Diário de Minas de 11 de janeiro de 1927. Mais interessante é que no troféu que está na FMF só consta o nome do time do Bairro de Lourdes. Posso estar fazendo o papel do chato de plantão, lembrando um fato que aconteceu há vários anos, mas título é título e não pode ser esquecido. Será que a entidade tem explicação para isso? Afinal de contas, é o grande evento que ela organiza todos os anos. Nada como respeitar a própria história para valorizar o seu maior patrimônio.

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