DA ARQUIBANCADA

A esperança é a última que morre

"A festa de sábado com ídolos e jogadores da tríplice coroa, em homenagem ao Alex, deveria servir de exemplo para o time atual. Talvez tantos craques juntos pudessem passar boas energias"

postado em 30/06/2015 12:00 / atualizado em 30/06/2015 07:46

EM DA PRESS
No sábado, vimos o Brasil pagar um verdadeiro mico, ao sair da Copa América nos pênaltis contra o Paraguai. O Thiago Silva repetiu o que havia protagonizado na Champions League e, de forma desnecessária, pôs a mão na bola, num lance que mais parece bloqueio de vôlei. Depois do desastre, o assunto nas reportagens esportivas é que precisamos repensar a nossa Seleção, que nos últimos anos viveu de sucessos do passado e ainda não caiu na realidade. Nossos clubes só pensam em exportar jogadores, e com isso acabamos perdendo a nossa identidade, criando um exército de atletas fortes fisicamente, mas sem habilidade.

Todas essas palavras e análises sobre a Seleção servem também para o Cruzeiro. O que está acontecendo? Por que o time piorou tanto? Tivemos uma melhora momentânea e agora voltamos aos problemas anteriores. A torcida voltou a se manifestar pichando o muro do clube. Sou contra qualquer manifestação que estrague o patrimônio celeste, mas também estou chateado.

A festa de sábado com ídolos e jogadores da tríplice coroa, em homenagem ao Alex, deveria servir de exemplo para o time atual. Talvez tantos craques juntos pudessem passar boas energias. Vendemos jogadores demais e os que vieram não estão mostrando a mesma eficiência. Ver ex-jogadores, como Egídio e Riascos, que há pouco saíram do time, elogiados por belos lances só aumenta a indignação com os nossos resultados.

A dúvida que fica é se teremos força para reagir. O nosso retrospecto em casa neste ano está péssimo. O torcedor tem toda a razão para ficar chateado, pois não estamos vendo solução a curto prazo. Já estamos no meio do ano e ainda tentando montar o time. Existem alguns truques que normalmente os times usam quando os resultados negativos se acumulam. Primeiro, trocar o técnico. Já foi feito, com a chegada do Luxemburgo. O segundo seria a vinda de um grande nome. Parece-me que esta opção está mais difícil. A famosa janela de negociações será a nossa esperança. Este ano complicado traz uma reflexão sobre os motivos do sucesso de 2013 e 2014: quem saiu, quem chegou, onde estamos errando e o que precisamos fazer. Se fôssemos uma empresa, contrataríamos um consultor para fazer uma gestão de crise e tentar resolver os problemas.

Confio no Luxa e espero que ele possa motivar os jogadores e fazer alguma mágica para acabar com essa oscilação tão grande. Fazendo o papel do torcedor pessimista, diria que se chegarmos entre os quatro primeiros no campeonato já será grande resultado. Mas ainda teremos muito jogos pela frente e milagres acontecem mesmo para aqueles que insistem em não reconhecer os erros. Afinal de contas, a esperança é a última que morre.

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