DA ARQUIBANCADA

Quem vai pagar a conta?

Vamos pagar dois técnicos por quanto tempo? Qual a conta por esta desorganização?

postado em 27/07/2016 12:00 / atualizado em 27/07/2016 08:32

Rodrigo Clemente/EM/D.A Press
Até que enfim está chegando um nome que vai resolver o nosso problema, um técnico que conhece o elenco, um profissional que sabe tudo do futebol brasileiro e que nos salvou no ano passado. Um nome que já demonstrou publicamente carinho pelo Cruzeiro e que não trocaria um bom projeto por uma oportunidade financeira.

Nós já escutamos este discurso e não faz muito tempo. Todas as desculpas e frases prontas já foram utilizadas, inclusive eu já fiz uso de algumas na tentativa de criar um clima positivo nesta situação pra lá de caótica. O que me impressiona são as respostas prontas e desculpas baseadas em dificuldades do calendário brasileiro, como se isso fosse uma exclusividade do Cruzeiro. Adoro inovações tecnológicas ou ideias que quebrem ambientes pressionados, mas já aprendi que, na vida, o mais caro é fazer as pessoas mudarem apenas escutando discursos e palavras rebuscadas. Teoria e prática precisam uma da outra. Mas, em momentos de crise, como agora, mais vale uma solução imediata do que mais discursos que não chegarão a lugar algum.

Sinceramente, acho uma pena perder a oportunidade de aprender com um técnico que, num primeiro momento, se mostrou tão promissor. Os lamentos sobre se estivéssemos no início do ano ou termos mais tempo para treinar não merecem nem comentários, pois não existe situação perfeita. O certo é saber como utilizar da melhor maneira possível o tempo e recursos disponíveis.

Se tudo der certo, daqui um mês ninguém lembrará do Paulo Bento e muito menos da besteira que o Riascos falou. Mas qual o preço que pagaremos por tantos erros? Vamos pagar dois técnicos por quanto tempo? Qual a conta por esta desorganização? Nessas horas, gostaria que todos os sócios torcedores pudessem votar no clube para que esse tipo de situação não existisse, pelo simples fato de que os dirigentes teriam mais medo de arriscar, com medo de perder seus cargos. No Barcelona, para ser presidente, o dirigente precisa colocar seu patrimônio à disposição ou ter um avalista contra gestões que gerem perda financeira ao clube. Será que algum dia teremos essa democracia dentro do nosso clube?

Claro que agora temos mais é que rezar e apoiar o Mano, que ele consiga mudar o clima dentro do clube e traga os tão necessários pontos que nos mantenha na Série A do Campeonato Brasileiro. Essa roda vida que vivenciamos no nosso futebol mais parece um conto de Nélson Rodrigues. A nossa memória é curta e, com certeza, esqueceremos esses momentos em troca de belas vitórias. Somos poucos exigentes, queremos muito pouco. Ficamos satisfeitos com pequenos acenos de carinho e demonstrações de afeto. Vamos continuar indo ao estádio, pois, para nós, o que importa é o Cruzeiro. As pessoas passam e o clube fica. Desejo toda sorte do mundo ao Mano Menezes, pois ele foi o escolhido para nos salvar mais uma vez.

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