A famosa expressão “complexo de vira-lata”, criada por Nelson Rodrigues para definir a derrota do Brasil na Copa de 1950, nos acompanhou durante muitos anos. Algumas vitórias na Olimpíada do Rio mostraram que estamos aprendendo a competir como protagonistas depois do desastre contra a Alemanha no Mineirão. Os ouros no futebol, no vôlei de quadra e de praia (masculinos) mostraram que equilíbrio emocional é tão importante quanto estar bem preparado. Esse é um dos maiores legados desta Olimpíada. O que estamos vendo no Cruzeiro é algo parecido, uma mudança no comportamento dos jogadores, que tenho certeza nos colocará num lugar mais confortável da tabela. No primeiro turno, perdemos para o Coritiba, empatamos com o Figueirense e tomamos uma goleada do Santa Cruz. Agora, é hora devolver, em casa, esses péssimos resultados.
A contusão do Fábio trouxe duas dúvidas: se precisamos contratar um goleiro experiente e quem será o nosso capitão. Quem carrega a braçadeira deve ter equilíbrio emocional, capacidade de liderança e saber conversar com o árbitro nos momentos cruciais. Gostaria de ver o Sóbis com essa responsabilidade. Só não quero um zagueiro como capitão. Morro de medo de jogadores de defesa conversando com juiz e o adversário formando um contra-ataque. Em relação à posição de goleiro, o Lucas França aproveitou bem a oportunidade e ganhou a confiança da torcida. Tudo indica um mar azul e mais tranquilo daqui pra frente.
O que está me incomodando é a volta do Sandro Meira Ricci como juiz no próximo jogo. Está mais que gravado na memória de toda a torcida cruzeirense o desastre que foi sua atuação no fatídico jogo contra o Corinthians, que nos afastou da conquista do título brasileiro de 2010. Além de faltas não marcadas a nosso favor, ninguém esquece o Ronaldo desmanchando dentro da área, de forma artística, criando um pênalti que acabou definindo o placar por 1 a 0. Neste ano já tivemos problemas diante do mesmo adversário. Será que precisamos desta novidade quando estamos começando a melhorar? Não sou contra ele voltar a apitar jogos do Cruzeiro, mas será que precisa fazer isso agora? Qualquer erro grosseiro vai gerar uma avalanche de comentários.
Existem momentos em que não precisamos acrescentar problemas ou dúvidas a serem administradas. Já temos problemas demais para resolver, não precisamos acrescentar mais um. Proibir um profissional de trabalhar é algo que não desejo a ninguém, mas bem que poderíamos fazer essa escolha num momento melhor.
No domingo, jogaremos às 11h. Pra mim, esse é o horário do jogo da família. Adorei a história do setor destinado para as crianças no Mineirão. Temos mais é que tratar bem os nossos futuros torcedores e cada vez mais atrair quem realmente interessa para o estádio. Será dia de casa cheia e mais uma vez estarei presente. Te vejo lá!