DA ARQUIBANCADA

Dedé

Se tudo der certo, em breve estará não só evitando os gols adversários, mas também marcando alguns a nosso favor

postado em 01/03/2017 12:00 / atualizado em 01/03/2017 08:57

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
A vida de um jogador de futebol se parece muito com a de um artista. O nosso grande patrimônio é o respeito e o carinho das pessoas. Uma vitória contra um adversário forte é comemorada como um show onde tudo acontece perfeitamente. As duas profissões dependem  muito da condição física para trabalhar. Num pequeno espaço de tempo podemos ganhar carinho de várias pessoas, para em seguida sermos criticados em redes sociais por algum fato ocorrido. Esta fragilidade de nossas vidas é muito parecida com trapezista na corda bamba. Ao mesmo tempo em que corremos um grande risco, é muito sedutor fazer parte deste circo.   Sermos  vistos por muita gente nos coloca numa exposição constante. Quanto mais conhecido, maior o desejo  das pessoas por notícias,  sejam elas boas ou ruins.

Em agosto de 2013, estava no Mineirão com meu amigo Claudão, atrás do gol, na antiga torcida do América, quando o Dedé, num momento de indecisão, deu de presente um gol para  o Flamengo na Copa do Brasil. Naquele momento, desfilei diversos elogios não publicáveis ao nosso zagueiro. Nesse mesmo jogo, o Éverton Ribeiro marcou aquele golaço que rendeu a primeira  placa do novo  Mineirão.  Numa mesma partida, dois momentos inesquecíveis. Esta oscilação é muito apaixonante e sempre nos leva de volta aos estádios em busca de novos momentos.

Depois de uma longa espera e de uma volta frustrada no inicio de 2016, o Dedé está novamente pronto para entrar em campo e, se tudo der certo, em breve estará não só evitando os gols  adversários, mas também marcando alguns a nosso favor. Você já imaginou o que é passar tanto tempo sem poder trabalhar e ficar pensando em quando será o momento da sua volta?  Ficar tanto tempo fora do time com certeza gera uma ansiedade enorme. Nem quero imaginar a centena de vezes em que ele pensou em sua volta aos campos e da vontade de antecipar etapas para diminuir o tempo de espera.

Não sei por que ele escolheu a posição de zagueiro, pois com sua explosão física e tempo de bola com certeza seria um ótimo atacante. Quem sabe, Deus projetou este tempo, quase que sabático, para que ele repense os seus poucos erros e volte em grande estilo com a camisa azul  estrelada. O voto de confiança no seu futebol já foi dado com a renovação do contrato. Os infelizes que gastaram o seu tempo nas redes sociais criticando o nosso zagueiro deviam pensar se toda esta espera estivesse acontecendo com eles. Falo que algumas pessoas são muito corajosas diante de um teclado de computador ou celular, se sentindo protegidas de tudo e de todos, não tendo a dimensão do que é ler uma crítica sem sentido num momento difícil. Mas são nestes momentos de fragilidade que mostramos quem somos e aonde queremos chegar. Tenho certeza de que o Dedé está pronto para escrever novas e vitoriosas histórias sobre o seu belo futebol.

Que ele volte a abrir seu belo sorriso e a nos dar alegrias neste 2017 que promete bastante.

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