Fred Melo Paiva

DA ARQUIBANCADA

O Galo campeão é o maior evento da Terra

Galo campeão é a celebração do merecimento, da volta por cima, do congraçamento da favela com o Mangabeiras, da Argentina com o Brasil, do preto com o branco

postado em 04/05/2015 12:00 / atualizado em 04/05/2015 08:20

Rodrigo Clemente/EM/D.A Press

Varginha - Diretamente aqui desse aeroporto de OVNIs, posso atestar: o Galo é campeão e este é o maior evento do mundo, superior a quedas de governo, eclipses do sol, nascimentos de princesas na Inglaterra e o que mais se puder imaginar.


Diz a lenda que há coisas que só acontecem com o Botafogo. Coitado do Botafogo perto desse Atlético mal-assombrado. Capaz de ressuscitar os mortos nesse gol de Jô — sofrido, de canela, impedido. Mas nesse quesito do erro de arbitragem temos mais crédito do que Visa e Mastercard juntos e multiplicados.

O Galo campeão não é um evento esportivo, não tem nada a ver com futebol. O Galo campeão é a celebração do merecimento, da volta por cima, do congraçamento da favela com o Mangabeiras, da Argentina com o Brasil, do preto com o branco. O Galo campeão é a vida que tem jeito, torta mas sempre bonita ao final das contas.

Até o momento, a visita de um ET era o fato mais relevante por essas plagas de Varginha. A cidade agora está abduzida pelo Galão da Massa, pela atleticanidade que poucas vezes pôde ver tão de perto. Não esquecerá jamais.

Não importa se é “apenas” um campeonato mineiro. As pessoas ao meu lado na arquibancada do estádio levantam as mãos pro céu, agradecem aos deuses, sorriem, abraçam os desconhecidos e celebram o amor que brota de cada coração atleticano, tão judiado e tão recompensado. Valeu a pena, Galo! Valeu a pena.

O Galo não precisa de títulos para ser o gigante que é. Assim mesmo a porteira abriu em 2013, e agora parece que não sabemos mais perder. “Quando tá valendo”, já disse o filósofo, “tá valendo”. Todo o sofrimento de anos e anos devolvido com juros e correção de cheque especial.

Obrigado, Daniel Nepomuceno, que este seja o primeiro de muitos! Obrigado, meu amigo Rodolfo Gropen. Obrigado, Jô, mais uma vez. Obrigado, Levir. Obrigado, time de torcedores. Obrigado, meu Deus, por eu ser atleticano. Obrigado por estar vivo pra ver a fase mais fenomenal dessa religião centenária que é o nosso Galo.

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