Esta, como se vê, foi uma semana que começou auspiciosa, prometendo mundos e fundos como se ela fosse a Dilma, e o atleticano, o Congresso Nacional. Acaba como a Bolsa de Xangai, que caiu, mas já se levantou. Isso mesmo: não há tempo pra lamentações, vamo que vamo que atrás vem gente! E atrás dessa gente vem o Cruzeiro.
Ah, o Cruzeiro... Que momentos maravilhosos o time do dia seguinte das minhas tigelas de açaí me proporcionou esta semana! Eu tava precisando aliviar a alma, e o meu Rivotril foi a chegada desse Tinoco ao time do Barro Preto. É como disse o Lulu Santos: “Eu vejo um novo começo de era, de gente fina, elegante e sincera”. O Tinoco chegou, viu e perdeu. Mas isso é o de menos. Com o Tinoco, quem ganha é a humanidade, carente de pessoas comprometidas com a verdade dos flatos.
Eu nunca tinha ouvido falar de Tinoco, a não ser o da dupla Tonico e Tinoco. Pensei que pudesse ter sido uma indicação do sertanejo Gusttavo Lima ao Gilvan, mas vi depois que o Tinoco cantor já havia morrido. O sobrevivente, no entanto, apresentou-se logo, recorrendo ao sujeito indefinido pra falar umas verdades sobre o Tibete Azul: “Dizem que não é a torcida que tem um número maior em Minas”. Bingo! Viva o Tinocão da Massa!
Agora, veja você o mundo hipócrita em que vivemos: o sujeito fala o que todo mundo sabe, e já querem derrubá-lo. Não passarão! Mexeu com o Tinoco, mexeu comigo! Se tentarem algum golpe, vamos pegar em armas, vamos chamar a CUT e o exército do Stédile! O Tinocão da Massa já disse que o Luxa fica. Deixa o homem trabalhar, pô... Fica, Luxa!
Pois é, a semana ia nessa toada, nesse stand up sem fim, mas, como no carnaval, infelizmente chegou a quarta-feira. Havia até um bom presságio, um cheiro de Deus desde a cabeçada salvadora de Leonardo Silva no jogo de ida contra o Figueira. Mas, como disse o Rodrigo Janot, atleticano procurador da República (nessa ordem), pau que dá em Chico dá em Francisco. E perdemos por culpa da expulsão do Leo e com um gol no último minuto.
Onde tava Deus, eu não sei, mas dizem que ele tá sempre nos detalhes. E o detalhe quase indizível é que Edcarlos merece a vaga de Leo Silva já faz um tempo. Leo é, pra mim, o maior zagueiro da história do Atlético – pelos títulos que alcançou, pelos gols decisivos e até por ser protagonista no episódio do primeiro milagre de São Victor. Mas, hoje, Edcarlos (foto) é melhor. Edcarlos não, Edmonstro.
Depois de rirmos tanto do Tinoco, o cruzeirense riu de nós, eliminados por um Figueirense. Tão no direito deles, mas é como diz o outro: quem ri por último ri do Cruzeiro (do Flamengo e do Corinthians). Agora resta este Brasileirão pra nossa trinca de conquistas históricas, depois das quais a gente já pode morrer: a Libertadores em 2013, a Copa do Brasil em 2014, o 7a1zão em 2015. Eu tô achando que é isso que tá escrito – é isso tá guardado pra nós.