DA ARQUIBANCADA

Avante, remadores de chuteiras!

E, assim, navega o heroico barco americano, a remar contra a maré de ações equivocadas de dirigentes e de árbitros

postado em 21/11/2014 08:00 / atualizado em 21/11/2014 10:02

Paulo Vilara /Estado de Minas

Carlos Cruz/AFC
O time do América está fazendo a sua parte na reta final do campeonato, embora a derrota para o ABC e o empate com o Icasa tenham sido pisadas na bola que, somadas àqueles malditos seis pontos perdidos no STJD, podem fazer falta para a conquista de um lugarzinho ao sol na Primeira Divisão.

A equipe acertou o pé no segundo tempo contra Avaí e Luverdense. Renan Oliveira mostrou excelente futebol nos 3 a 0 sobre os catarinenses e fez a diferença naquele jogo. Gilson está se destacando no time depois que Givanildo passou a escalá-lo no meio-campo: tem criado jogadas, dado passes e feito gols decisivos. O mesmo pode ser dito do goleiraço João Ricardo, que salva o Coelho quando os atacantes adversários o enfrentam ou quando um árbitro inventa um pênalti - ele defende e traz justiça ao mundo corrompido do futebol. Matheus era bom, mas João Ricardo é melhor. Se o América conseguir a classificação, deverá muito a Gilson e a João Ricardo.

Se algum dia Givanildo Oliveira for a um confessionário, terá de se penitenciar por quatro pecados, como todos os treinadores anteriores a ele no América: 1) Submissão ao acordo diretoria-Uram, o que o obriga a escalar Júnior Negão; 2) Valorização excessiva dos masters Mancini, Magrão e Leandro Guerreiro, em detrimento dos meninos da base; 3) Submissão à diretoria, o que o força a escalar os fracos Raul, Ricardinho e Bruninho como titulares, em prejuízo dos meninos da base; 4) Desvalorização e não utilização de jogadores da base bons de bola, como Messias, Carlos Renato, Júnior Lemos, Xavier, Patrick e Sávio, entre outros.

Entretanto, na empolgante vitória sobre o Luverdense, o treinador fez substituições corretas e a tempo de reverter o placar, àquela altura desfavorável ao América. Trocou o lento e amarelado Andrei Girotto (13 cartões amarelos na competição significam que está sempre chegando atrasado e, em vez da bola, tem acertado as canelas adversárias) por Thiago Santos, e tirou Júnior Negão (mais um atacante que não faz gols, como os já citados Ricardinho e Bruninho), trocando-o pelo garoto Rubens, artilheiro consagrado nas categorias de base. Em poucos minutos, Rubens e Thiago Santos mudaram a história da partida, movimentando-se com a vontade e a técnica que os substituídos não tinham mostrado. Ponto para Givanildo.

E, assim, navega o heroico barco americano, a remar contra a maré de ações equivocadas de dirigentes que fazem o clube perder seis pontos na Justiça Desportiva, e de árbitros que marcam pênaltis inexistentes com a clara intenção de naufragar o clube nas águas obscuras da Segunda Divisão. Se, apesar daqueles seis pontos perdidos no STJD, o América conseguir conquistar uma vaga à Série A, me tornarei devoto fervoroso de São Expedito, o santo das causas impossíveis. Dá-lhe, dá-lhe, remadores de chuteiras!

P.S. - Em uma das próximas colunas comentarei as entrevistas de Marcus Salum, à ESPN, e de Alexandre Faria, ao site Superesportes.

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