DA ARQUIBANCADA

Se quiser chegar, não pode vacilar

'Os jogadores americanos têm de entrar e estar em campo com tranquilidade e consciência do seu valor'

postado em 06/03/2015 12:00

Paulo Filgueiras/EM/D.A Press


Nem o melhor time do mundo vence todas as partidas. Isso fica evidenciado quando Real Madrid, Barcelona, Juventus, Bayern, Chelsea ou Manchester City perdem ou empatam jogos considerados fáceis. Além da beleza plástica natural do jogo, os resultados inesperados – a famosa “caixinha de surpresas” – dão ao futebol uma dose a mais de calor e emoção. Amor à primeira vista, bêbados de paixão – e otras cositas –, os torcedores ficam encantados para sempre.

O América vacilou ao empatar com a Caldense. Jogou mal e desperdiçou as poucas oportunidades que teve. Tivesse vencido, estaria com os mesmos 13 pontos do Cruzeiro, disputando jogo a jogo a liderança. De acordo com o regulamento do Campeonato Mineiro, terminar a fase classificatória em primeiro lugar traz enorme vantagem ao líder, pois dá a ele o privilégio de disputar as semifinais e finais por dois empates ou uma vitória e uma derrota com a mesma diferença de gols. Em 2014, os azuis foram campeões com dois empates em 0 a 0 com os alvinegros.

Portanto, se o Coelhão quiser chegar às finais para tentar ser campeão, não pode mais vacilar. Atlético e Cruzeiro se enfrentam no domingo e qualquer resultado será bom para o América, seja com um deles derrubando o outro ou, com o empate, ambos subindo apenas um pontinho na classificação.

Vencer o Villa Nova no domingo, em Nova Lima, poderá valer a liderança ao América. Por isso mesmo, os jogadores americanos têm de entrar e estar em campo com tranquilidade e consciência do seu valor, mas, também, com espírito de equipe e aquele poder de decisão que faz a diferença a favor dos vencedores. É chutar em gol com a fome e a vontade que, infelizmente, Robertinho não teve contra a Caldense. Naquele lance, deveria ter enchido o pé! Espero que estufe as redes se tiver a mesma chance contra o Villa: estará perdoado e será festejado pela torcida americana. Assim como foi o Bryan, merecidamente homenageado por ter feito o golaço da década na inesquecível vitória sobre o Atlético. Vencer é bom e a gente gosta.

Diretoria errou


Na semana passada, elogiei a diretoria do América por ter reagido à altura contra a ação absurda da Conmebol e da BWA (até prova em contrário, a diretoria atleticana não tem culpa no triste episódio), que taparam com panos pretos o nome e o escudo do América Futebol Clube no Independência, na derrota galista para o Atlas, em jogo pela Copa Libertadores.

Entretanto, na partida contra a Caldense, a diretoria americana errou feio ao colocar os preços dos ingressos mais caros para o torcedor do América do que para o da Caldense. Preços iguais seriam aceitáveis e prova de esportividade ao tratar bem os visitantes; porém, diferenciados e desfavoráveis aos torcedores do Coelho, razão de ser da existência do time e da própria diretoria, não deu para entender. Houve justa revolta e críticas aos dirigentes nas redes sociais. Que o erro não se repita e sirva de lição: o torcedor merece carinho e não punição.

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