DA ARQUIBANCADA

A um passo de ser campeão

Domingo, o América pode repetir no Campeonato Mineiro a façanha do Leicester no Campeonato Inglês

postado em 05/05/2016 12:00 / atualizado em 05/05/2016 12:13

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
Givanildo Oliveira (foto) foi estrategista e os jogadores do América foram guerreiros nas disputas contra Cruzeiro e Atlético. Sem saltos altos, com inteligência e muita luta, superaram as críticas e surpreenderam os céticos nas arquibancadas e nas redações de jornais, rádios e TVs locais e nacionais. Ultrapassaram duas barreiras azuis e uma alvinegra apinhada de defensores dentro e fora das quatro linhas. Agora, faltam apenas os 90 minutos derradeiros que serão jogados domingo, no Mineirão.

A cota de TV do Coelho não chega à metade da do Galo; a folha salarial, então, nem se fala, é muuuuuuuito inferior à do rival. Do lado de cá não há atletas badalados, famosos, incensados diariamente na imprensa; do lado de lá, o goleiro é santificado (“Glória a Deus nas alturas”); os laterais são selecionáveis; Rafael Carioca “já deveria ter sido convocado por Dunga”; os que vieram de países latino-americanos são “craques acima de qualquer suspeita”; e Robinho “é o cara”.

No entanto, domingo passado, o que se viu foi o Marcos Rocha (lateral-direito selecionável) ser totalmente superado por Bryan e Danilo, e o Douglas Santos (lateral-esquerdo selecionável) não conseguir impedir que Pablo fizesse os dois cruzamentos certeiros que se transformaram nos gols da vitória do América. Segundo alguns analistas, a superioridade americana ocorreu por um detalhe importante: com a cabeça nas nuvens da Libertadores, displicente, o Galo entrou em campo para jogar uma partida qualquer; o Coelho, ao contrário, pés firmes no chão, jogou uma final. De minha parte, o que vi foi o América jogar futebol melhor, com mais garra e eficiência que o adversário. Em síntese: o Coelho foi Coelhão e o Galo foi Galinho.

Força, Coelhão!
Garra e eficiência serão mais uma vez fundamentais para que o América conquiste o título de campeão mineiro de 2016. Com vários atletas contundidos, Givanildo está com problemas para escalar o time. Porém, da mesma forma que a contusão de Tony o levou a colocar em campo Tiago Luís, que, por sua vez, se sentiu mal e foi substituído por Danilo, autor dos dois gols da vitória sobre o Atlético, acredito que os escolhidos pelo treinador para ocupar os lugares de Pablo, Tiago Luís e Tony saberão se superar, mostrar suas qualidades futebolísticas e provar a todos que têm condições de vestir a camisa do novo uniforme do Coelhão.

Assim como o América tem orçamento e folha salarial menores do que os do Atlético, lá na Inglaterra, o Leicester vivenciou situação similar em relação aos adversários e foi campeão. Na coluna anterior, citei palavras do craque Cruyff que se aplicam perfeitamente e valem a repetição: “Por que você não pode vencer um clube mais rico? Nunca vi um saco de dinheiro fazer gols”. O Leicester venceu e provou que os elencos milionários de Chelsea, Manchester City, Arsenal e Manchester United não resolveram a parada. Domingo, o América pode repetir no Campeonato Mineiro a façanha do Leicester no Campeonato Inglês. Coeeeeeeelho!

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