COLUNA DA ARQUIBANCADA

Muita calma nessa hora

Com três jogos seguidos em BH, o torcedor espera que a garra mostrada pelos atletas no Mineiro volte a predominar

postado em 27/05/2016 12:00 / atualizado em 27/05/2016 09:31

Ramon Lisboa/EM/D.A/Press
Nenhum time ganha todas. E, a não ser o lendário Ibis, nenhum time perde todas. Depois de duas derrotas seguidas e em posição incômoda na classificação, o América empatou com o Vitória. Merecia ter vencido? A resposta é dupla: sim e não. Sim, pela meia dúzia de chances reais de gol criadas; não, pela maneira vacilante com que Victor Rangel, Danilo e, sobretudo, Rafael Bastos desperdiçaram essas oportunidades. Não, também, pela inacreditável falha coletiva de meio-campo e defesa no gol adversário. Faltou poder de decisão para fazer mais gols e para impedir que os baianos marcassem o deles.

Diante de tantos desfalques por contusão, Givanildo Oliveira até que tentou resolver o problema com a escalação de Xavier na lateral-esquerda e Danilo mais à frente. A volta de Victor Rangel também foi acertada: embora tenha perdido gol feito, deixou sua marca e ainda deu passe açucarado para Rafael Bastos, que não aproveitou por excesso de preciosismo ou por deficiência na arte de ser goleador. De um jeito ou de outro, errou e mereceu as vaias da torcida. Aliás, diante de tantas partidas sem mostrar o porquê de sua contratação, é incompreensível que o treinador ainda o mantenha como titular absoluto. Não tenho bola de cristal, mas acredito que o meio-campo sem ele será mais criativo e eficiente. E quando tivermos um bom lateral-esquerdo de origem (Danilo não é bom marcador), Xavier deveria ser escalado no meio-campo. Tony está fazendo falta ao time.

Nenhum americano está feliz com a campanha do time no Brasileiro. Contra o Fluminense, erro de Tiago Luís no meio-campo resultou no gol tricolor; já em Chapecó, nem o 3-5-2 salvou a péssima atuação do Coelhão no segundo tempo. Agora, com três jogos seguidos em BH, o torcedor espera que a garra mostrada pelos atletas no Mineiro volte a predominar. Está na hora de vencer. Que amanhã seja a primeira de muitas vitórias.

Público e renda


Público e renda dos jogos América x Fluminense e América x Vitória provam que a diretoria errou ao cobrar R$ 100 ou mais para o americano ver seu time no Independência. Os torcedores estão mobilizados pelo título do Mineiro, pelas passagens de fase na Copa do Brasil e pelo retorno à Série A, mas sem capacidade para gastar muito com futebol – ao custo dos ingressos, some-se transporte e comes e bebes: é muuuuuuuita grana para os bolsos da maior parte da torcida. No primeiro jogo, foram 1.955 pagantes para renda de R$ 72.180; na segunda partida, 1.318 pagantes e renda de R$ 21.825. Receita do fracasso: ingressos caros = públicos pequenos = rendas mixurucas. Recordar é viver: com promoção inteligente, 17.604 torcedores compraram ingressos e viram exibição de gala do Coelhão nos 4 a 0 sobre o Vitória, no ano passado. A renda foi de R$ 227.785. Receita do sucesso: ingressos baratos = público grande = renda boa. Por que os dirigentes não repetem o que fizeram de certo em 2015? Se fizerem, o torcedor vai comparecer.

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