Ivan DrummondEnviado especial
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Grupo de mineiros que assistiu à Olimpíada in loco pede atenção com a segurança no Rio |
Londres – Quem esteve em Londres viu as dificuldades para se fazer uma edição dos Jogos Olímpicos e as soluções encontradas pelos ingleses. E isso pôs todos a pensar no que ocorrerá no Rio, daqui a quatro anos. Segurança, venda de ingressos, cambistas, instalações esportivas e principalmente o transporte aparecem como principais preocupações.
O metrô de Londres e seu sistema de trens têm mais de 100 anos. Mesmo lotado, foi o principal aliado para o êxito do evento. Essa é justamente a maior preocupação de quem acompanhou os Jogos na Inglaterra, como o paulista Saulo Próspero. “O Rio não tem metrô nem para a Barra da Tijuca, onde ficará a maioria das instalações. Chegar aos locais de competição vai ser difícil.”
Para Felipe Ferreira, de Fortaleza, a solução está em uma máxima brasileira. “Sugiro que façam duas semanas de feriados durante os Jogos. Será a única maneira de diminuir os carros nas ruas.” A mulher de Felipe, Renata (eles estavam com a filha, Izabela, de dois anos), se preocupa mais com a segurança: “Será necessário colocar o Exército na rua, pois só as polícias Civil e Militar do Rio não serão suficientes”.
Mineiros, Henrique Belfort, os primos Bruno e Rodrigo, o produtor musical Fred Lanna e João Paulo Hirszman viveram uma situação relativa à segurança que acham difícil se repetir no Rio. Rodrigo esqueceu sua carteira num shopping. “Fomos procurá-la e quando chegamos lá a carteira estava separada, dentro de um plástico, com dinheiro e tudo”, conta Bruno. Já João Paulo está otimista: “Será uma oportunidade única para o nosso país mostrar que tem um povo amigo, cortês, responsável. Vamos surpreender”.
O atleta Fabiano Peçanha está ansioso: “Acho que tudo vai dar certo, porque o povo vai ajudar. É fundamental que todos participem. A gente sempre dá um jeito nas coisas”.
ESTRUTURA Marco Aurélio Clain se preocupa com outro problema: os exames antidoping. “É um desafio. Nos últimos anos, muitos atletas brasileiros foram flagrados e isso não pode ocorrer justamente agora. Além disso, acho que não temos um laboratório preparado para atender as necessidades dos Jogos.”
A venda de ingressos também preocupa. “O Brasil é o paraíso dos cambistas. Já pensou quanto vão querer por um ingresso?” diz Andréa Miranda. Ao lado dela, Gustavo Vale, de Uberlândia, diz ter sofrido para comprar ingressos para o torneio de futebol: “Aqui tem cambista, mas eles não metem a mão. Eu comprei um ingresso de 125 libras por 200 libras. Lá no Brasil não vai ser assim. Os caras vão querer arrancar o couro”.