Será enterrado às 16 desta segunda-feira, no Cemitério Santo Antônio em Osasco, na Grande São Paulo, o corpo do jogador de futebol Willian Francis de Oliveira Morais, de 19 anos, morto na madrugada de domingo numa tentativa de assalto em Belo Horizonte. O corpo do meio-campista está sendo velado desde 22h30 de domingo no velório Bela Vista, também em Osasco.
A diretoria do América, por imeio do Conselho de Administração, decretou luto oficial de três dias no clube. O diretor de futebol Alexandre Mattos acompanha família do atleta, em Osasco. O América procura dar apoio aos pais do jogador, Francisco Antônio e Maria Clerismar que se mostraram revoltados pela morte do filho.
Crime
Um tiro de revólver calibre 32, disparado por um assaltante, encerrou de forma trágica a carreira promissora do armador do América, que completaria 20 anos em 1º de março. O atleta, cujos direitos federativos pertenciam ao Corinthians, chegou a Minas em 10 janeiro, emprestado por um ano pelo clube paulista. Ele foi atacado quando conversava com uma mulher na saída de uma festa particular, numa casa de eventos da Avenida Professor Clóvis Salgado, no Bairro Santa Terezinha, Região da Pampulha. Três homens chegaram e anunciaram o assalto. Willian se assustou, correu e foi baleado nas costas por um dos assaltantes. O tiro perfurou o pulmão, e o jogador morreu no local.
Além de Willian, jogadores de outros clubes teriam participado da “Festa das Louras”, como foi batizado o encontro com as mulheres. O ingresso custava R$ 200. O local é o mesmo onde o ex-armador do Cruzeiro Wagner teria agredido garotas de programa há alguns meses. De acordo com o que a polícia apurou, uma mulher de 27 anos teria saído da festa para buscar um objeto em seu carro, no estacionamento, num terreno ao lado, e foi seguida pelo jogador, que teria lhe pedido para ela não ir embora e ficar mais tempo na festa. “Os dois conversavam na rua, em frente ao estacionamento, quando os ladrões chegaram mandando a vítima tirar a corrente de prata do pescoço”, conta o delegado Carlos Augusto Marçal, responsável pelo caso. Willian tentou correr e levou o tiro. “A mulher contou que ficou assustada, encostada na parede. Os ladrões fugiram sem levar nada”, completa o soldado Chrisley Soares de Lima, do Tático Móvel do 34º Batalhão da PM.
Os pais de Willian, Francisco Antônio de Morais e Maria Clerismar de Oliveira, que moram em Guarulhos (SP), foram informados do crime pelo Corinthians. Às 7h30, eles e o empresário do atleta, Marcelo Zanotti, deixaram a capital paulista de avião. Em Belo Horizonte, foram direto para o Instituto Médico Legal (IML) para reconhecimento e liberação do corpo. “Eu só queria meu filho de volta, meu único filho. Vamos tirar ele daqui, vamos levá-lo para casa”, chorava a mãe, sem acreditar na tragédia.
Carreira
Marcelo Zanotti, que mora na capital paulista, disse ter falado com o jogador horas antes do crime, mas que não foi informado da festa. Por volta das 3h, Marcelo recebeu a notícia de um diretor da equipe de São Paulo e avisou a família. “Ele teve uma pequena passagem pelo Grêmio, na época de amador, e se profissionalizou no Corinthians, no qual estava há três anos e tinha mais dois anos de contrato. Eu o conhecia há cinco anos, o levei ao Grêmio e para o Corinthians. O considerava um irmão, um filho, um amigo”, disse o empresário.
Zanotti conta que Willian foi destaque no Corinthians no ano passado, atuando na equipe principal depois de promovido para o profissional. Emprestado ao América, o jogador morou alguns dias num hotel e depois se mudou para um apartamento na Região da Pampulha. “Ele já estava adaptado. Viemos antes, estabelecemos residência para ele, mesmo porque se tratava de um garoto de 19 anos”, informa o empresário. Acrescentou que Willian tinha noiva em Osasco.