Mais jovens e menos trapalhadas

Ney Soares Filho
Estado de Minas

Todo ano, o mesmo erro: o América contrata dúzias de jogadores medíocres em detrimento de sua base vencedora. Nas três últimas temporadas, foram mais de 80 (oito times!!). Só na atual, mais de 30. Trouxeram tanto cabeça de bagre que no meio deles veio um em condição de jogo duvidosa. Enquanto isso, os juniores campeões brasileiros em 2011 foram todos praticamente dispensados ou emprestados. Uma exceção (que confirma a regra) é o goleiro Mateus, já vendido ao exterior, rendendo bom dinheiro. Agora mesmo, no momento em que os atleticanos Carlos, Jemerson e Eduardo e os cruzeirenses Mayke, Lucas Silva e Alisson brilham num clássico, jovens promissores do América, campeões da Taça BH (outro torneio nacional), como Xavier, Patrick, Sávio e Rubens, são esquecidos. A desconfiança óbvia é que tem gente ganhando dinheiro com as dezenas de contratações. E a consequência, também óbvia, é o prejuízo técnico e financeiro ao clube.

A situação chegou à iminência do desastre. A simples notícia de que poderia perder 21 pontos abalou o time, levando-o a seguidas derrotas. Mesmo havendo argumentos jurídicos para salvar a malfadada escalação de Eduardo (e há), o clube não poderia ter sido exposto a tal risco. Ainda que recupere os pontos, ou parte deles, dificilmente o Coelho conseguirá o acesso. Se não recuperar ponto algum, está virtualmente rebaixado.

É o resultado da incompetência administrativa de nove presidentes. Nove! E nenhum para vigiar e impedir tal descalabro. Terceira força do segundo estado mais poderoso do país, com um CT como o Lanna Drumond, o Estádio Independência e a torcida que tem (sim, ela comparece quando o time vai bem), o América tem tudo para dar certo, para se firmar na Série A. Para dar errado e estar perto da Série C, só com os dirigentes fazendo muita lambança. E estão fazendo. Se os patetas eram três e os trapalhões, quatro, como devem ser chamados os nove presidentes do América? Cartas à redação.