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Agenda eleitoral cheia e viagens fazem Alencar faltar compromissos no América em fase delicada

Outros presidentes do clube classificaram como "normais" as ausências do deputado estadual e defenderam a forma de tomada de decisão da diretoria alviverde

postado em 01/10/2016 08:00 / atualizado em 30/09/2016 18:46

Reprodução/Facebook/Alencar da Silveira Júnior
Os últimos 45 dias de Alencar da Silveira Júnior foram vividos de forma intensa. O presidente do América tem se desdobrado para conciliar as funções de mandatário do clube, deputado estadual e cabo eleitoral para dezenas de candidatos do interior de Minas Gerais. E, para percorrer o estado em busca de apoio aos aliados, ele precisou se ausentar de compromissos no América e na Assembleia Legislativa.

Desde o início da corrida eleitoral - dia 16 de agosto -, Alencar, do PDT, percorreu 68 cidades a fim de conseguir votos para parceiros políticos. Nesse meio tempo, foi a jogos e treinos do América, mas faltou algumas reuniões da alta cúpula do clube, justamente num período decisivo da temporada. Apesar de esboçar reação, a equipe ainda é o lanterna do Campeonato Brasileiro, com 21 pontos.

“Alguns compromissos, reuniões de conselho, na terça à noite, eu faltei, pois estava viajando. Isso não atrapalhou em nada nas decisões, pois todas elas (as decisões) foram aprovadas por todos. Como ‘presidente dos presidentes’, vamos dizer assim, eu sou parceiro mesmo de longe, estou do lado, e trago para mim a responsabilidade”, afirmou Alencar em contato com o Superesportes.

O América conta com nove presidentes, que, juntos, deliberam sobre os mais diversos assuntos que envolvem o clube. As eventuais ausências são consideradas naturais pelos mandatários.

“Quem não está presente, não participa da votação. Mas participa da discussão. E muitas das decisões foram tomadas com ele participando, é natural”, afirma o também presidente Marco Antônio Batista. “Compromissos particulares, empresariais, todos temos. Não causou nenhum prejuízo, não tem absolutamente nada de anormal. A gente conversa por telefone, mensagem, Whatsapp”, completa.

Uma das decisões que Alencar não participou diretamente, por exemplo, foi sobre a venda de mando de campo da partida contra o Palmeiras, por cerca de R$ 700 mil, confirmada nessa quinta-feira. Questionado pela reportagem sobre o tema no último dia 23, o mandatário afirmou: “Eu estou no interior, em campanha, não estou sabendo muito sobre o mando de campo”.

O também presidente Fabiano Jardim corroborou com a opinião de Alencar e Marco Antônio Batista e afirmou que ausências são naturais.

“A vantagem do nosso conselho com nove dirigentes é o fato de que algumas ausências não travam as decisões. O peso dos nove votos é o mesmo. Da mesma forma que o Alencar não pode participar, outros também não puderam”, afirma.

Edesio Ferreira/EM
Alencar reafirmou a posição, chamou responsabilidade por todas as decisões do clube e disse ainda que é possível conciliar todos os afazeres.

“É normal. Eu também tenho os compromissos com minha base política. Tive quase 80 mil votos. Tive mais votos que o Gilvan (de Pinho Tavares), presidente do Cruzeiro. A gente consegue se desdobrar e não deixar nada em falta. Eu saia daqui (de Belo Horizonte) às 4h da tarde e voltava para a cidade às 11h da manhã do dia seguinte. Na quinta (29), fui em Raposos, Ouro Preto, Mariana, e cheguei em casa 2h da manhã. E às 8h eu já estava acordado para trabalhar”, afirmou.

Ausências também na Assembleia

Assim como a maioria dos deputados estaduais durante o período eleitoral, Alencar também precisou se ausentar de algumas reuniões na Assembleia Legislativa. De acordo com os relatórios oficiais que possuem listas de presença e estão disponíveis para consulta no site da instituição, Alencar não esteve presente na abertura de nove compromissos da casa, que foram cancelados por falta de quórum. Esse tipo de ausência não é considerado "falta" oficialmente, uma vez que a sessão não foi iniciada de fato.

Os relatórios dos dias 6, 9, 13, 14, 20, 21, 27 e 28 não possuem lista de presença. Alencar também teve duas faltas “oficiais” - quando houve sessão, mas ele não esteve presente.

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