Atlético

Por volta ao Brasil, goleiro Gomes não descarta jogar no 'arquirrival' Atlético

Goleiro tem ligação histórica com o Cruzeiro na conquista da Tríplice Coroa, em 2003

postado em 17/12/2011 10:52 / atualizado em 18/12/2011 14:28

AFP PHOTO/ANDREW YATES
O passado do goleiro Gomes não esconde a proximidade dele com o Cruzeiro. Revelado na base celeste, o arqueiro conquistou títulos importantes no clube, como a Tríplice Coroa (Mineiro, Copa do Brasil e Brasileiro). Agora, o atleta está na reserva do Tottenham (Inglaterra) e não descarta uma volta ao Brasil. Na contramão da história, o Atlético procura alguém para a posição por causa da instabilidade dos últimos donos da ‘camisa 1’, desde a saída de Diego Alves. Por mais que ainda não haja negociação entre as partes, o goleiro admitiu que teria satisfação em defender o Alvinegro.

"Não vejo problema nenhum em jogar pelo Atlético. Minha história no Cruzeiro foi bonita. Foi o clube que me deu oportunidade para começar a jogar. Não posso dizer não para nada. Eu sempre respeitei o Atlético e sempre fui respeitado pelos torcedores, mesmo quando eu jogava pelo Cruzeiro. Rivalidade é em campo. Fora dele tem que ser diferente. Isso acontece na Europa. Gallas e Adebayor defenderam o Arsenal e hoje jogam comigo no rival. Eles mudaram de lado e são respeitados. Não tem nada a ver se isso acontecer. Pensaria com carinho se recebesse uma proposta. Seria um prazer jogar no Atlético", disse ao Superesportes.

Gomes foi negociado para o futebol europeu em 2004, após a eliminação da Raposa na Libertadores. Ele foi para o PSV (Holanda) e quatro anos depois desembarcou na Inglaterra. O empresário do goleiro é o iraniano Kia Joorabchian. O jogador revelou que ainda não foi procurado pelo Galo, mas que outras equipes brasileiras e europeias demonstraram interesse em sua contratação.

Enquete: O Atlético deve contratar outro goleiro?

"Graças a Deus tenho muitas ofertas. O meu representante tem conversado com alguns times, mas não passou nada em definitivo. Ele falará para eu escolher: Europa ou Brasil. Tem dois clubes brasileiros, mas não posso revelar quais são e também três europeus, um da Inglaterra mesmo. Mas o que eu quero é jogar, vamos ver o que vai acontecer", afirmou.

Seleção Brasileira


O goleiro tem no currículo um histórico ligado à Seleção Brasileira. O atleta foi convocado para a Copa das Confederações de 2005 e de 2009, além de estar na lista dos presentes na Copa do Mundo'2010, na África do Sul.

Por mais que considere que a Seleção não influenciará num retorno para o Brasil, Gomes afirmou ter as esperanças renovadas com os recentes testes de Mano Menezes no grupo.

AFP PHOTO / FABRICE COFFRINI
"O Mano tem dado muitas oportunidades para jogadores que estão no Brasil. Diferente do que era antes, onde os atletas que estavam fora eram mais valorizados. Hoje a gente vê que mudou bastante essa coisa de Brasil ou Europa. É claro que teve um tempo que eu não pensava mais em seleção, tive muitas oportunidades. Mas hoje penso diferente. Essas 'férias' que tirei na Europa (tempo na reserva) fizeram com que eu pensasse um pouco mais na Seleção", frisou.

Como possibilidade de aumentar as chances de disputar a Copa no Brasil, o jogador pretende atuar por uma equipe que tenha um projeto ambicioso para 2012. “Eu não quero voltar para ficar no meio da tabela, mas sim para ganhar títulos. Vamos analisar algumas coisas. Seleção não vai influenciar. Tenho que pensar na minha família. Dependendo da redução salarial (em comparação com o valor pago na Europa), não teria problema algum em jogar no Brasil. Dependendo do clube seria uma vitrine melhor para voltar à Seleção. ", revelou o goleiro, que também mostrou preocupação com o tempo 'parado' na Europa, mas adiantou que consegue recuperar o ritmo rapidamente.

.“Eu não estou jogando e pra quem é acostumado a jogar, sempre é difícil. Eu fico desesperado para atuar. Só tenho 30 anos e estou na idade que brincam que o goleiro deve começar. Provavelmente eu saio daqui em janeiro. Minha última partida foi na Europa League, há duas semanas. O gol fica muito grande, mas com dois, três jogos a gente recupera tudo. Por isso, tenha essa ambição de sair agora. ”, completou.

Nem tudo são flores


Estado de Minas
O mercado europeu é alvo de muitos jogadores sul-americanos pela parte financeira, qualidade dos gramados e organização dos campeonatos. Em gerações anteriores, os goleiros brasileiros não entravam na lista das prioridades dos grandes times do Velho Mundo. Depois que Taffarel e Dida desbravaram a posição na Europa, o mercado se abriu para novos arqueiros do País. Além de Gomes, Diego Alves (Valência), Neto (Fiorentina), Júlio César (inter de Milão), Hélton (Porto) e Arthur (Benfica) são exemplos da boa safra de goleiros brasileiros no cenário internacional.

Porém, para o goleiro Gomes, em relação a qualidade técnica, o período fora do Brasil não melhorou sua produtividade. “No meu caso não contribui em nada. A gente sente muito falta do método adotado no Brasil. Eu digo que se eu tivesse um treinador de goleiros do Brasil, eu disputaria para ser um dos melhores do mundo. Treinamos pouco aqui. Treinamento mecânico. Perdi muito tempo. Nós saímos bem aqui por experiência e qualidade”, ressaltou o goleiro, que ainda falou dos problemas dos arqueiros ingleses.

“.Aqui na Inglaterra, goleiro inglês em clube grande só tem um, que é do Manchester City. Dentre do futebol europeu, a escola italiana é mais privilegiada”, finalizou.