Atlético

SÉRIE A

Sede de título

Voltar a levantar a taça do Brasileiro depois de 43 anos é a meta do Atlético. Para isso, ataque precisa funcionar bem novamente já a partir do jogo de hoje, contra o Corinthians

postado em 20/04/2014 10:06

Roger Dias /Estado de Minas

O lema do Atlético é esquecer o passado e se concentrar somente no presente. Em 2013, o Galo recuperou seu prestígio nacional e internacional ao ganhar pela primeira vez a Copa Libertadores, mas agora já existe a pressão e a expectativa dos torcedores por novos êxitos importantes. E nada melhor do que obter uma conquista que o alvinegro não vê há 43 anos: o Campeonato Brasileiro. Hoje, o time mineiro começa a luta pelo título diante do Corinthians, às 16h, no Parque do Sabiá, em Uberlândia, disposto se dar fim ao longo tabu.

Para isso, o Galo aposta em um bom começo nas nove rodadas pré-Copa do Mundo. A meta é aproveitar o mando de campo para acumular vitórias, além de eventualmente trazer pontos como visitante, para se manter na parte dianteira da classificação. Diante do Timão, no entanto, apesar de mandante, a equipe de Paulo Autuori não contará com uma de suas maiores forças: o caldeirão do Horto – terá de cumprir suspensão de um jogo em razão da briga entre torcedores cruzeirenses no Independência, no clássico com a Raposa pelo Brasileiro do ano passado.

“Independentemente de campo ou de adversário, a gente tem de jogar bem e começar o Campeonato Brasileiro com vitória. A conquista é um sonho da torcida e nosso também. Sabemos a importância desse campeonato. Vamos entrar com tudo para buscar essa glória também”, prometeu o goleiro Victor, acreditando que o Atlético conta com um grupo experiente e preparado para brigar pela conquista, tanto na Libertadores quanto no Brasileiro. “A competição é longa e desgastante, mas o clube se preparou para isso. Precisamos pôr em prática tudo o que está sendo treinado.”

Invicto há 17 partidas, o alvinegro tenta restabelecer a harmonia com a torcida e minimizar as cobranças. A perda do título estadual para o Cruzeiro no fim de semana passado foi encarada com naturalidade pelos atletas, que agora se veem na obrigação de reagir. Pela Libertadores, o time inicia as oitavas de final contra o Nacional de Medellín na quarta-feira, na Colômbia, também ciente de que o resultado positivo ajudará a diminuir as críticas.

A desconfiança é maior em relação ao setor ofensivo, mas Autuori continua confiando na formação que agradava o antecessor, Cuca. Se o ataque marcou 59 vezes nos 21 primeiros jogos no ano passado (média de 2,8 por jogo), o rendimento no mesmo número de partidas em 2014 é inferior: foram 33 gols, média de 1,5.

Um dos mais cobrados, Diego Tardelli garante que se empenha ao máximo para sair da má fase: “As vaias fazem parte da vida dos jogadores. Uma hora alguém pagaria o pato pelo desempenho ruim. Mas uma hora naturalmente vamos voltar a fazer os gols e a confiança vai voltar, até porque trabalhamos para isso e queremos marcar os gols que a equipe precisa”.

Tardelli estava presente na última vez que o Galo jogou em Uberlândia. Foi nos 4 a 3 sobre o Cruzeiro, em tarde inspirada do atacante Obina, em 24 de outubro de 2010, pelo Brasileiro. “Fiquei um mês e meio parado com uma lesão e voltei naquele jogo. Estava chovendo muito e o Obina fez três gols, num jogo que não conseguimos esquecer. Vamos lutar para que possamos repetir aquela atuação”, disse o camisa 9.

REFORÇO O armador Guilherme passou no teste feito pelo departamento médico e seu nome foi incluído na delegação que viajou ao Triângulo. Ele se recuperou de febre e dor muscular e deve ser titular – com Fernandinho indo para o banco. O zagueiro Réver e o volante Rosinei também ficam como opções depois de longo tempo no estaleiro. Logo depois da partida, o grupo retorna a Belo Horizonte e amanhã embarca para a Colômbia, já com a cabeça voltada para o mata-mata da Libertadores.

RECEPÇÃO CALOROSA NO TRIÂNGULO
Cerca de 100 torcedores recepcionaram o Atlético ontem à tarde no aeroporto de Uberlândia, durante o desembarque da delegação. Os jogadores passaram rapidamente pelo saguão e não atenderam os fãs. Houve coro de apoio para Ronaldinho Gaúcho e os demais companheiros, que seguiram diretamente para o hotel, no Centro da cidade.

O ADVERSÁRIO
Tempo de sobra de preparação
Dos times que participam da Série A do Brasileiro, o Corinthians é o que teve maior tempo de preparação, já que foi eliminado ainda na primeira fase do Campeonato Paulista. Foram 28 dias de trabalhos físicos, técnicos e táticos, além de jogos-treinos. O técnico Mano Menezes evita falar em meta de pontuação da equipe. “Temos dois adversários de peso já na largada. Portanto, fazer qualquer projeção é subjetivo. É importante começar bem, mas o campeonato será decidido lá na frente”, disse o treinador, referindo-se aos jogos contra o Atlético, em Uberlândia, e o Flamengo, em São Paulo, na segunda rodada. Com dor no joelho, o armador Renato Augusto não enfrenta o Galo e será substituído por Petros, que estava no Penapolense e estreia com a camisa corintiana. No setor ofensivo, Mano optou pela dupla Romarinho e Luciano, deixando Malcom no banco.

Atlético x Corinthians

Atlético
Victor; Alex Silva, Leonardo Silva, Otamendi e Emerson Conceição; Pierre, Leandro Donizete e Guilherme; Diego Tardelli, Jô e Ronaldinho Gaúcho
Técnico: Paulo Autuori

Corinthians
Cássio; Fágner, Cléber, Gil e Fábio Santos; Ralf, Bruno Henrique, Jadson e Danilo (Renato Augusto); Romarinho e Luciano
Técnico: Mano Menezes

Estádio: Parque do Sabiá
Horário: 16h
Árbitro: Héber Roberto Lopes (SC)
Assistentes: Wágner de Almeida Santos e Michael Correia (RJ)
TV: Pay-per-view