Levir na frente mas nem tanto

A vinda do técnico Levir Culpi para o Atlético ocorreu numa fase de muitas incertezas e tensão, depois da saída de Paulo Autuori e em meio à eliminação na Copa Libertadores para o Nacional de Medellín. Em quase cinco meses no cargo, ele teve atritos com Diego Tardelli, Ronaldinho Gaúcho e até com o presidente Alexandre Kalil, conquistou o título da Recopa Sul-Americana e vem penando para que o time alvinegro se dê bem na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro. Com a vitória de quarta-feira sobre o Palmeiras por 1 a 0, pela competição de mata-mata, o paranaense igualou o número de jogos de Autuori, com 23, com ligeira vantagem no aproveitamento: 63% contra 60%.

Levir dirigiu o Galo em um jogo da Libertadores, em boa parte do Brasileiro, na Recopa e agora na Copa do Brasil, enquanto Autuori esteve à frente no vice-campeonato estadual e na primeira fase da competição internacional. A comparação entre ambos é refletida no setor ofensivo. Com Autuori, o Galo marcou 33 vezes. Com Levir, 42. Com o primeiro, o time empatou nove vezes, e com o segundo, cinco. Se a troca de comando não apresentou grandes evoluções no aproveitamento, a torcida aos poucos reduziu as críticas abertas ao grupo, que eram mais contundentes sob o comando do técnico carioca.

Apesar das recentes rusgas, Kalil mantém a confiança em Levir. “No Campeonato Mineiro, o rendimento tinha de ser 100% e não tivemos. Agora, o que vejo é que o time está jogando bem. Dos últimos jogos, o desempenho que não agradou foi o do jogo contra o Flamengo. No restante, o time ficou vários jogos sem perder. Precisamos acabar o ano de forma bacana e com sede de mais conquistas.”

Tranquilo na Copa do Brasil depois do triunfo sobre o Palmeiras, o que dá o direito de empatar o segundo jogo no Horto, na semana que vem, o Galo volta às atenções para o Brasileiro. A cinco pontos do Corinthians, que limita a zona de classificação à Libertadores, a equipe encara o Coritiba, domingo, às 16h, no Couto Pereira, disposta a embolar a parte de cima.

Segundo Levir, o crescimento nas últimas rodadas é o fator motivador para os jogadores continuarem sempre dispostos a melhorar: “Não temos um time ainda que a gente possa repetir e dar tranquilidade. Temos que buscar o conjunto, temos um longo caminho pela frente. A vitória sobre o segundo colocado, e como foi, pois não foi casual, foi merecida, apenas reafirma a nossa esperança de chegar entre os primeiros”.