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É assim que se faz, Galo!

A caminho do clássico com o Cruzeiro, Atlético volta a vencer fora de casa depois de quatro meses. Guilherme e Dátolo comandam o triunfo por 3 a 2 sobre o Goiás

postado em 19/09/2014 11:00

Estado de Minas /

Em jogo com dois tempos distintos, o Atlético suou, literalmente, a camisa para vencer o Goiás por 3 a 2, gols de Guilherme (2) e Carlos, ontem, no Serra Dourada, pela 22ª rodada do Brasileiro. Com o resultado, o alvinegro pôs fim ao jejum de quase quatro meses sem vencer fora de casa. O último triunfo atleticano como visitante havia sido em 22 de maio, quando o time de Levir Culpi derrotou o Vitória por 3 a 2, no Joia da Princesa, em Feira de Santana, na Bahia. A vitória também pôs o Galo na luta por vaga na área de classificação para a Copa Libertadores do ano que vem. Se vencer o duelo com o maior rival, Cruzeiro, domingo, no Mineirão, pode entrar para o pelotão de elite do campeonato.

Para o clássico, Levir Culpi contará com o atacante Diego Tardelli, o armador Luan e o zagueiro Leonardo Silva, poupados ontem. O lateral-direito Marcos Rocha também retorna após ter cumprido suspensão diante do time esmeraldino.

Apesar do sufoco, o treinador valorizou a conquista e, obrigado a administrar muitos problemas de contusões, aproveitou para protestar contra o excesso de partidas. “Imaginava que ia ser difícil como foi, mas vencemos com mérito, padrão Fifa, campo com 110 x 65, não molharam o campo e seguimos no padrão Fifa. E o Guilherme e o Carlos são jogadores especiais, hoje estiveram muito bem, acontece que o desgaste físico não é normal. Seria obrigação da CBF proteger os atletas com tantos jogos na semana.”

O Atlético atuou com inteligência no campo do rival, buscando lançar as bolas em profundidade, e aproveitando as jogadas pelas laterais na primeira etapa. Teve mais posse de bola que o anfitrião, conseguiu construir bons contragolpes, praticamente com a mesma jogada. O argentino Dátolo foi um gigante em campo. Ele soube aproveitar bem os espaços na defesa goiana, preocupada com a movimentação do ataque alvinegro, e ditou o ritmo do confronto.

O Galo abriu o marcador depois de Victor repor a bola justamente nos pés de Dátolo. O armador saiu em velocidade e fez lançamento longo para Guilherme matar no peito, encobrir o goleiro e balançar as redes pela primeira vez no Serra Dourada. Depois, em mais um contragolpe, de novo o argentino acionou Alex Silva pela direita. O lateral cruzou na área. Jackson tentou interceptar a jogada, mas deixou limpo para Guilherme, outra vez, escorar para dentro. A bola bateu no travessão e entrou.

Em mais um lançamento na medida de Dátolo nas costas da defesa esmeraldina, Carlos, a aposta de Levir Culpi, saiu no tempo certo e, de frente para o goleiro, tocou por baixo para ampliar. Foi o suficiente para a torcida do Goiás se irritar e protestar na arquibancada: “Diretoria, como é que faz? Muito respeito com a camisa do Goiás”, gritavam os torcedores no intervalo.

Com o triunfo praticamente definido no primeiro tempo, o Galo voltou para a etapa complementar disposto a administrar o resultado. Mas a fragilidade técnica do Goiás, especialmente defensiva, foi um convite aos contragolpes dos atleticanos. O alvinegro chegou a pressionar. Pecou, porém, no último toque.

MUDANÇAS Com a saída de Dátolo, o Galo perdeu qualidade na distribuição das jogadas. E as outras mudanças promovidas por Levir Culpi expuseram o time, facilitando as investidas dos goianos. O Goiás conseguiu armar vários contra-ataques e passou a ameaçar o alvinegro. Em uma das investidas, Erick recebeu passe de Esquerdinha e chutou para diminuir a desvantagem. Por muito pouco, o anfitrião não estragou a festa atleticana. Jackson, nos acréscimos, aproveitou rebatida de Victor para fazer o segundo gol, com a defesa falhando na linha de impedimento. No sufoco, o Galo pôs fim ao jejum de quatro meses sem triunfos fora de casa e devolveu ao Goiás a única derrota (1 a 0) que sofreu no Independência no Brasileiro.

Ficha técnica: Goiás 2 x Atlético 3

Goiás

Renan; Valmir Lucas (Moisés 32 do 1º), Jackson, Felipe Macedo e Leo Veloso; Amaral, David, Esquerdinha e Murilo (Ramon intervalo); Erik e Samuel (Welinton Júnior 27 do 2º)

Técnico: Gilberto Fonseca

Atlético

Victor; Alex Silva, Jemerson, Edcarlos e Emerson Conceição; Leandro Donizete, Claudinei (Eduardo intervalo), Dátolo (Fillipe Soutto 22 do 2º) e Guilherme; Carlos (Douglas Santos 32 do 2º) e Jô

Técnico: Levir Culpi

Estádio: Serra Dourada

Gols: Guilherme 17 e 41, Carlos 44 do 1º, Erick 34, Jackson 48 do 2º

Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP)

Assistentes: Emerson Augusto de Carvalho e Vicente Romano Neto (SP)

Cartão amarelo: Jô

Pagantes: 3.441

Renda: R$ 81.450


Sem Drubscky

O Goiás não contou com as orientações de seu técnico durante o confronto com o Galo. O mineiro Ricardo Drubscky, com uma virose, só foi ao Serra Dourada para dar sua preleção aos jogadores e voltou para casa, deixando o comando da equipe para o auxiliar Gilberto Fonseca, outro velho conhecido dos torcedores de Minas. O ex-goleiro, natural de São João del-Rei, foi revelado pelo Cruzeiro, com o qual foi campeão da Copa do Brasil em 1994, e também defendeu as cores do América.