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Quanto mais, melhor

Galo inicia ano com sede de títulos e pretende conciliar Estadual e Libertadores

postado em 26/01/2015 09:12 / atualizado em 26/01/2015 09:21

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

O Atlético inicia o Campeonato Mineiro de 2015 disposto a manter a hegemonia de conquistas no estado – são 42 títulos –, mas de olho também na disputa da Copa Libertadores. O técnico Levir Culpi e os jogadores entendem que a equipe tem condições de lutar nas duas frentes, já que contará com um grupo numeroso e mais encorpado, com 34 atletas. O Estadual serviria para testar os jogadores e melhorar o entrosamento do time, na busca do bicampeonato continental.

Mesmo com as saídas do zagueiro Réver e do atacante Diego Tardelli, o Galo não mudou muito sua estrutura tática em relação à temporada anterior, quando assegurou para sua galeria o inédito troféu da Copa do Brasil. A chegada do atacante argentino Lucas Pratto, contratado ao Vélez Sarsfield por R$ 13,5 milhões, ajudou a equipe a ganhar uma referência de área. Outro que veio para ter chances, sobretudo no Estadual, é o volante Danilo Pires (ex-Santa Cruz).

Os demais titulares são os mesmos. Apesar de sondagens do exterior, a diretoria conseguiu segurar o lateral-direito Marcos Rocha, o zagueiro Jemerson e o armador Dátolo. Além de manter a hegemonia em títulos, o Atlético lutará para evitar o bicampeonato do Cruzeiro. A princípio, Levir promete mandar a campo força máxima. Com o decorrer da temporada, quando os jogos coincidirem com os da Libertadores, alguns jogadores poderão ser poupados.

Para Levir Culpi, em certos momentos, o Galo poderá dar determinada importância ao Estadual ou à Libertadores: “O Mineiro se tornou importante pela rivalidade dos clubes, já que América, Atlético e Cruzeiro vão brigar pela hegemonia no estado. Não vamos priorizar nenhuma competição. Vai depender do andamento da temporada que vamos decidir qual rumo tomar na preparação”.

A diretoria promete buscar um nome forte para substituir Tardelli, mas vem encontrando dificuldades no mercado. O momento atual requer mais cautela nos gastos com contratações e altos salários e responsabilidade na administração. Levir, inclusive, chegou a afirmar que o time não precisava de um substituto para o ex-camisa 9, já que o intuito é dar oportunidades aos jogadores do grupo, como os armadores Dodô e Maicosuel e os atacantes Cesinha e Marion.

Ele entende que, para muitos jogadores do interior, bom desempenho no Estadual pode significar a chance de transferência para equipes da Série A do Brasileiro. “Entendo os regionais como importantes pela preservação do emprego dos atletas e das comissões técnicas. Temos mais de 1 mil clubes no Brasil e são vários profissionais que trabalham três meses por ano. Nesta competição, a gente sempre pinça atletas que se destacaram. Serviria de preparação para a Libertadores, em que a qualidade técnica é equilibrada e o nível de competição é superior. Vejo como um degrau.”

LOGÍSTICA
O objetivo do Atlético é evitar que os jogadores se desgastem com as viagem para o interior – até porque, na Libertadores, o Galo é a equipe brasileira que mais vai sofrer com as distâncias, pois serão mais de 15 mil quilômetros de deslocamento na primeira fase. Desde 2012, quando Cuca ainda era o técnico, a preferência no clube é pelas viagens de avião dentro do estado. Na fase de classificação, o alvinegro atuará em Patos de Minas, Poços de Caldas, Varginha e Tombos.

O destaque
: Lucas Pratto

Melhor jogador do último Campeonato Argentino, o atacante Lucas Pratto chegou com o desafio de se adaptar ao estilo do futebol brasileiro e acrescentar um pouco da raça hermana ao Galo, que já conta com Dátolo. O ex-jogador do Vélez Sarsfield se tornou a principal referência da equipe, depois da saída de Diego Tardelli. Pode ser escalado fixo na área ou como segundo atacante, tal como atuava no Vélez. Em sua estreia (no amistoso contra o Shakhtar Donetsk), ele já demonstrou seu faro de gol e marcou de cabeça. Um dos objetivos de Pratto é manter a regularidade no Galo, para ser convocado pelo técnico da Seleção Argentina, Gerardo Martino.

O técnico: Levir Culpi


Em 2014, Levir Culpi devolveu a regularidade ao Atlético depois de período de instabilidade sob o comando de Paulo Autuori e ainda recuperou o prestígio da equipe junto à torcida. Agora, a missão é fazer o Galo ainda mais vitorioso nesta temporada, a começar pelo título estadual. Ele já foi campeão mineiro quatro vezes – 1995 e 2007 pelo Atlético e 1996 e 1998 pelo Cruzeiro. Há oito anos, Levir disputou pela última vez a competição. Depois de levar o alvinegro à conquista, despediu-se da torcida e foi para o futebol japonês.

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
De olho: Dodô

Mineiro de Lagoa Santa, o prata da casa Dodô, de 20 anos, vem aproveitando as chances dadas por Levir Culpi desde o ano passado e marcando gols bonitos e importantes. Ele deverá ser muito utilizado no Mineiro, até para ganhar ainda mais experiência e maturidade. Prevendo o forte assédio de clubes do exterior no futuro, o Galo renovou o contrato do jogador até 2019, com multa rescisória de R$ 90 milhões. É considerado a maior joia da base alvinegra, ao lado do zagueiro Jemerson. Tanto no ano passado, quanto no amistoso contra o Shakhtar, marcou belos gols, o que empolgou a torcida e o treinador alvinegro.

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