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O lado B que deu certo

Sem o capitão Leonardo Silva, o reserva Edcarlos se firmou na zaga ao lado de Jemerson e, contra o Villa, terá a missão de levar o Atlético à quarta partida seguida sem tomar gols

postado em 28/03/2015 13:33

Bruno Cantini/Atlético/Divulgação
Justamente no momento em que o capitão Leonardo Silva prepara seu retorno aos gramados, o Atlético vive bom momento defensivo e com a confiança em alta. A zaga formada por Edcarlos e Jemerson vai jogar junta pela oitava vez seguida, diante do Villa Nova, amanhã, às 16h, no Independência. O confronto pelo Campeonato Mineiro é um desafio à parte para a dupla: alcançar a quarta partida seguida sem o Galo ser vazado. Ao lado de Cruzeiro e América, o time alvinegro é a segunda melhor melhor defesa do Estadual (cinco gols sofridos) e só perde para a Caldense (quatro).

A expectativa de Levir Culpi é promover a volta de Leonardo Silva contra o Boa, na semana que vem, em Varginha. O experiente jogador, de 36 anos, se recuperou de fratura no terceiro dedo da mão esquerda e participou do coletivo de ontem. Apesar disso, ainda não suporta os 90 minutos e o ritmo intenso de um jogo normal. Contra o Villa, poderá ficar no banco de reservas.

Edcarlos e Jemerson se destacam por cometer poucas faltas e ainda não terem levado cartão amarelo atuando juntos. Eles foram escalados desde o início em 12 partidas no ano passado, com destaque para a goleada épica sobre o Corinthians por 4 a 1, no Mineirão, pelas quartas de final da Copa do Brasil. O prata da casa balançou as redes duas vezes na temporada, enquanto o companheiro, que herdou a braçadeira de capitão de Leonardo Silva, ainda não marcou.

“A disputa na zaga existe sempre, independentemente de estar jogando como titular ou não. O treinador está sempre com boas opções e tem o dever de escolher o melhor e a gente acata sua decisão. O importante é o grupo estar vencendo e o Galo cada vez crescer mais”, afirma Edcarlos, que elogia a parceria com Jemerson. “A dupla vem dando certo, tivemos bons momentos no ano passado. Mas acho que jogando com o Leonardo ou com o Jemerson o rendimento é o mesmo. Sempre buscaremos levar menos gols possíveis para que nosso ataque faça o papel e possamos vencer com tranquilidade”.

Dos últimos três confrontos em que o Galo não levou gols, o mais difícil foi a vitória sobre o Santa Fe por 1 a 0, pela Copa Libertadores. Mas o desempenho da zaga foi um dos pontos destacados pelo técnico Levir Culpi, que admite escalar Edcarlos e Jemerson no próximo duelo pela competição sul-americana, outra vez contra o time colombiano, mas em Belo Horizonte. Até lá, Leonardo Silva deve estar 100% nas condições física e técnica para suportar os 90 minutos.

Além das três partidas anteriores, o Galo não foi vazado nos triunfos contra Tupi, Mamoré e Guarani (todos por 2 a 0), pelo Estadual. A meta agora é manter a performance na retaguarda na Libertadores: “Os jogadores buscam suas chances e a escalação depende a situação de momento. Além da liderança, a capacidade técnica do Leonardo Silva é legal. Fico feliz por ter essa opção e vai depender do jogo para definir o time. Tenho muita confiança no Edcarlos, outro líder do grupo, que joga com seriedade e é muito técnico. É uma pena não poder jogar com três ou quatro zagueiros. Estamos bem servidos com todos”, disse Levir.

MUDANÇA O treinador desistiu de entrar com Emerson Conceição na lateral-esquerda, escalando Patric improvisado. Segundo o Levir, será para poupar o atleta, que tem sido vaiado intensamente no Horto. “Não podemos vaiar um jogador que veste a camisa do Atlético a não ser que ele não tenha vontade. É uma coisa chata e deixa com o lado emocional em baixa. É só no Brasil que temos de controlar a parte psicológica do time”, afirma. O goleiro Victor foi poupado do treino de ontem, mas não deve ser problema para amanhã.


DAQUI PARA O FUTURO...

Thiago Ribeiro mais perto
Indicado pelo técnico Levir Culpi para qualificar o grupo do Atlético, o atacante Thiago Ribeiro, de 29 anos, deve ser anunciado nos próximos dias como novo reforço. O clube já teria acertado as bases salariais e o tempo de contrato com o jogador, faltando apenas a liberação do Santos. Na semana que vem, haverá reunião com os dirigentes do clube praiano para selar a negociação. O atleta só poderia ser inscrito numa eventual oitavas de final da Copa Libertadores, competição em que foi artilheiro pelo Cruzeiro em 2010. No Estadual, as inscrições terminam na quarta-feira.


O ADVERSÁRIO
Para o Leão, vida ou morte
O Villa Nova encara o jogo de amanhã como uma decisão, pois pode determinar seu futuro no restante do semestre. Se tropeçar, ficará fora das semifinais do Campeonato Mineiro e só voltaria a campo numa eventual participação na Série D do Brasileiro, que começará em julho.

Por isso, os jogadores e o técnico Wellington Fajardo estão cientes de que partida é de vida ou morte. Para se garantir nos mata-matas, o Leão do Bonfim precisará derrotar Atlético e Caldense (em casa, na última rodada), além de torcer por tropeços de América e Tombense.

A novidade será o retorno do zagueiro Danilo Costa, que cumpriu suspensão automática no empate com o Democrata por 1 a 1, no Castor Cifuentes. O goleiro Jonathan, que estreou na semana passada no lugar de Thiago Braga, agradou à comissão técnica e deve ser mantido como titular. Contra o Galo, o time de Nova Lima completará 3 mil jogos oficiais. Os números foram levantados pelo jornalista e historiador do clube, Wagner Augusto, que já lançou um almanaque com todos os resultados da equipe ao longo de seus 106 anos. Nos 2.999 confrontos anteriores, o Leão do Bonfim obteve 1.204 vitórias, 765 empates e 990 derrotas. O duelo com o Atlético existe desde 1912 e é o mais antigo entre os clubes mineiros.

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