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Responsável em 'acelerar' saída de R10 do Galo, Levir destaca cuidados no duelo contra meia

Técnico cobrou mais postura profissional do atleta nos tempos de Atlético

postado em 29/08/2015 08:00 / atualizado em 28/08/2015 19:41

Rodrigo Clemente/EM/D.A. Press
O técnico Levir Culpi nunca escondeu que teve uma discussão com Ronaldinho Gaúcho nos tempos em que os dois trabalharam juntos no Atlético. O motivo do entrevero foi a expectativa frustrada do comandante em encontrar o armador motivado para os treinamentos e trabalhos físicos. De certa forma, as cobranças do treinador aceleraram a saída do meia, que não aceitava bem as substituições frequentes e a tendência de se tornar reserva.

Neste domingo, às 16h, no Maracanã, o técnico terá a oportunidade de reencontrar o jogador, agora com as cores do Fluminense. Levir mostrou não ter nenhuma mágoa com Ronaldinho e destacou os cuidados que o Galo deve ter na partida no Rio de Janeiro.

"Realmente ele é um jogador especial e requer toda a atenção possível. Vamos ver como vai acontecer. Se ele tiver muita facilidade para jogar, ele cria as jogadas. Temos que fazer uma pressão forte na marcação", disse.

Questionado se as cobranças de falta do camisa 10, uma de suas especialidades, geravam uma preocupação extra, Levir mostrou não ter mudado nenhuma orientação ao time.

"Eu já falei que a bola parada é a mais difíicl do jogo. É uma situação que temos que estudar todos os jogos. Há jogadas em que as faltas laterais são inevitáveis, por exemplo. Mas não há nenhuma orientação especial, nada além do que a gente já pede", completou.

Rusga do passado

Quando Ronaldinho deixou o Atlético, em julho de 2014, restavam cinco meses para o fim de seu vínculo. Pouco tempo depois da despedida, Levir revelou o teor da discussão com o jogador.

"Não tive problema. Tive uma briga, mas não tive problema (com o Ronaldinho). Essas coisas gosto de conversar diretamente com os jogadores quando tenho um problema profissional, algo que aconteça. A saída dele foi "ok", do jeito que tinha que ser. Seria difícil ele se motivar novamente nessa temporada e acho que foi bom para os dois lados o que aconteceu", revelou, à época, no programa Bem Amigos, do Sportv.

Um dos obstáculos comentados pelo treinador foi a falta de desejo do jogador em se dedicar exclusivamente à carreira como atleta.

"O Carlinhos Neves (ex-preparador físico do Atlético) me falou uma coisa interessante: 'o problema do Ronaldo nesse momento é que ele quer jogar futebol mas não quer pagar o preço da preparação que o futebol exige nos dias de hoje'. Um dia falei com o Ronaldo que não gostaria de ter a sua vida. Fomos para China e ele não consegue sair na rua, tem fã clube até na China. Ele tem que andar sempre com dois seguranças. A vida privada dele é complicada, entendo quando ele tem esses altos e baixos. Sinceramente, seria muito difícil ele, aqui no Brasil, voltar a jogar o que jogou na temporada passada com o Atlético", acrescentou, se referindo ao ano positivo do meia em 2013, quando ganhou a Libertadores pelo Galo.

Um coincidência na relação entre Levir e Ronaldinho é que bastou o meia se desligar do Atlético para o técnico abolir o regime de concentração nos jogos do clube como mandante.

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