Reclamações nos jogos, de atletas, dirigentes, treinadores, insatisfação de torcedores e debate diários na imprensa sobre o assunto tomaram conta do cenário.
"O Brasileiro de 2015 já está manchado pela arbitragem. Não me lembro de ter havido uma tamanha comoção em torno da arbitragem. Causa uma desconfiança, porque as situações são repetidas e isso tira o foco", diz Levir.
A revolta no Galo teve o momento mais tenso na rodada passada, quando o time perdeu em casa para o xará paranaense por 1 a 0. A expulsão de Marcos Rocha, por reclamação, impedimentos assinalados equivocadamente e o pênalti de Victor em Ewandro, juntamente com erros favoráveis ao líder Corinthians, irritaram os atleticanos.
Diante disso, para buscar a reação neste sábado, contra o desesperado Vasco, no Maracanã, Levir Culpi prioriza recuperar a concentração dos jogadores.
"O maior problema é tirar esse foco da arbitragem e concentrar o time no jogo. Quero que o time tenha uma produção independentemente de arbitragem", destaca.
Reclamações, com as que valeram a expulsão a Marcos Rocha, deve ser evitadas: "Tenho lutado contra isso. Ontem mesmo conversei com eles. Já passei de 60 anos e temos outros conceitos. A experiência passa tranquilidade para viver, tomar decisões. Quando é jovem, tomamos atitudes erradas. O prejuízo fica maior, porque não pode corrigir o erro cometendo outro. Queremos fazer justiça, mas não dá se cometermos outro. Tive perto de ser expulso nesse último jogo, mas tive o controle."
O desafio não é fácil, já que, ressalta Levir, o Brasil é um país onde a desonestidade está muito presente: "O trabalho é de colocar os jogadores no rumo das partidas, vencendo de forma mais honesta possível. A gente fica desconfiado porque vivemos num país desonesto. Mas temos leis. Quando houve a máfia da arbitragem, pegaram o cara. Acredito em tudo, porque somos por essência um país desonesto”.
Levir lembra que no meio do futebol os próprios clubes tentar tirar vantagens: "Não temos uma educação dirigida para a honestidade e queremos tirar vantagem das coisas. O Corinthians acha que vai vencer os adversários encharcando o gramado. O Atlético acha que enfrentando o time no Independência os adversários vão se sentir acuados. Os gaúchos dão palestras para os gandulas. O Goiás acha que leva vantagem jogando num estádio maior. O que se espera da arbitragem, dos jogadores, dos técnicos. O problema é geral, a cultura é essa”.
