Reconhecer os erros, organizar e afiar as esporas

Se pudéssemos resumir o 2015 dos comandados de Levir Culpi em uma palavra, essa palavra seria irregularidade. O time, que iniciou o ano goleando os ucranianos do Shaktar no Horto e empolgando a Massa, parece ser outro quando comparado ao que atuou no domingo contra o Goiás. A escalação naquela oportunidade (em que a equipe já era reconhecida pela torcida como limitada e à espera de reforços) foi praticamente a mesma do empate com os esmeraldinos por 2 a 2 no Independência, a única alteração fica por conta do lesionado atacante Carlos, que, assim como o time inteiro, não manteve o ritmo e perdeu a vaga, hoje de Giovanni Augusto.

Entre as 62 partidas disputadas no ano, 36 delas são pelo Brasileirão, e os 61% de aproveitamento e a vice-liderança às vezes escondem dados importantes, como os 61 gols marcados e os impressionantes 45 sofridos no campeonato, número elevado quando comparado aos dos primeiros colocados e normais em relação aos que brigam pela fuga do Z4. Vitórias em jogos importantes e difíceis, derrotas em momentos inesperados, e o número alto de gols sofridos mostram a instabilidade tanto técnica quanto emocional do Galo, que, mesmo quando parecia encontrar uma fase de estabilidade, passava por turbulências.

Para o torcedor, porém, o 2015 do Atlético não deve ser lembrado apenas pelos altos e baixos, mas também por um ano de superação. O elenco limitado, remanescente do título da heroica Copa do Brasil, fez mais do que podia e, na falta de contratações para suprir a saída de importantes nomes de 2014, compensou o que podia na luta e na vontade, mostrando que, mesmo instável, tem qualidades importantes a serem preparadas para 2016, desde que esteja aliada à contratação de bons reforços, tanto para compor a equipe titular quanto a reserva.

A próxima temporada já bate à nossa porta, e o planejamento tem de ser iniciado o mais rápido possível pela diretoria, que vem mostrando muito trabalho e competência por trás das cortinas da “cartolagem” brasileira. É hora de levantar a cabeça, sacudir a poeira e afiar as esporas, pois a guerra é árdua e nossos guerreiros já começaram a acreditar novamente.

* Pedro Souza, 25 anos, estudante de jornalismo, atleticano sofredor (Galinacious Sonhadourus), é colunista do blog Cam1sa Do2e. Na próxima semana, será novamente a vez de um cruzeirense. Mais um espaço para os torcedores mineiros, que já são representados nas colunas fixas do cruzeirense Henrique Portugal, às quartas-feiras; do americano Paulo Vilara, às quintas; e do atleticano Fred Melo Paiva, aos sábados